Após mais de 10 anos de obras, o sistema de abastecimento de água Corumbá IV foi inaugurado em cerimônia nesta quarta-feira (6). A expectativa é que a estrutura atenda cerca de 1,3 milhão de pessoas no Distrito Federal e Entorno. A construção, iniciada em 2011, custou R$ 500 milhões aos cofres públicos e foi marcada por paralisações e atrasos (veja detalhes abaixo).
No DF, o sistema abastecerá as regiões de Gama, Santa Maria, Recanto das Emas e Riacho Fundo II. Já em Goiás, serão atendidos os municípios de Luziânia, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Novo Gama.
O sistema é uma parceria entre a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago). Segundo o GDF, o objetivo é suprir a “necessidade de adoção de novos mananciais de abastecimento de água para o DF, diante do crescimento da população”.
Caminho da água
A cerimônia de inauguração contou com a presença dos governadores do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado.
A água usada no sistema é captada no Lago Corumbá IV e passa pela estação elevatória de água bruta, na cidade de Luziânia. O volume captado segue, por meio de adutoras, até a estação de tratamento em Valparaíso.
Depois de tratada, a água é encaminhada por meio de redes de distribuição para as casas das pessoas. Corumbá IV é conectada à rede básica do sistema interligado, que percorre aproximadamente 40 km até uma subestação em Santa Maria, no DF.
A adutora é composta por uma tubulação com capacidade de produção de 2,8 mil litros de água por segundo. Foram feitos 12,3 km de tubulação junto à capacitação de água, sob responsabilidade da Saneago, e 15,4 km até a estação de água em Corumbá, executados pela Caesb.
A hidrelétrica de Corumbá IV banha os municípios goianos de Luziânia, Santo Antônio do Descoberto, Alexânia, Abadiânia, Silvânia, Novo Gama e Corumbá de Goiás.
Obras
O contrato para as obras de Corumbá IV foi assinado em 2009, na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT). No entanto, as obras começaram apenas em 2011.
Em 2014, os trabalhos foram paralisados pela primeira vez. A empresa responsável pela estação de tratamento de Valparaíso desistiu das obras. Uma nova licitação foi feita em 2014, mas a construção só foi retomada no ano seguinte.
Em 2016, outro problema suspendeu a construção do sistema de abastecimento. Houve suspeita de irregularidades nas obras da Saneago, como direcionamento de licitação, aumento da quantidade de equipamentos comprados sem justificativa e com alto valor.
As suspeitas levaram à suspensão do repasse de verbas para o estado. As obras de responsabilidade da Saneago só foram liberadas em 2017, após um acordo entre os órgãos fiscalizadores, empresas e governo para reduzir o valor das bombas que estavam com sobrepreço.
Em setembro de 2020, a Caesb informou que as obras de responsabilidade da companhia estavam 97% concluídas. À época, era preciso realizar apenas testes operacionais e ajustes nos equipamentos para finalizar as etapas do DF.
Fonte: Maria Fernanda Soares e Iana Caramori, TV Globo e g1 DF