A Rede Monitoramento Covid Esgotos detectou aumento das cargas do novo coronavírus em cinco das seis capitais acompanhadas em abril: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. O Boletim de Acompanhamento nº 14/2022 contempla dados das semanas epidemiológicas 14 (de 3 a 9 de abril) a 17 (de 24 a 30 de abril).
A carga da Covid-19 nos esgotos das oito estações de tratamento de esgotos (ETEs) do Distrito Federal monitoradas se manteve baixa. No entanto, a carga subiu sistematicamente no período, passando de 11,7 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes (na semana 14) para 60,6 bilhões de cópias (na semana 17), um aumento de 517%.
De acordo com o boletim elaborado pela Agência de Águas e Saneamento Básico (ANA), os feriados prolongados de Páscoa e de Tiradentes podem estar associados à elevação da carga viral nos esgotos do DF.
Entre as semanas epidemiológicas 14 e 17, os pontos monitorados apresentaram concentrações virais que variaram entre não detectadas, baixas (1 a 4 mil cópias do novo coronavírus por litro das amostras) e intermediárias (entre 4 mil e 25 mil cópias por litro), destacadas respectivamente em verde, amarelo e laranja nos mapas a seguir:
Sobre a Rede Monitoramento Covid Esgotos
A Rede Monitoramento Covid Esgotos, lançada em webinar realizado em 16 de abril de 2021, acompanha as cargas virais e concentrações da Covid-19 no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual.
O projeto é coordenado pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.
Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus.
Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.