Figuras importantes da política local e nacional compareceram à celebração do aniversário de 120 anos do presidente que construiu a capital do país
É impossível falar de Brasília sem ao menos mencionar Juscelino Kubitschek, o aniversariante de ontem. Se estivesse vivo, o homem que realizou o sonho de construir a nova capital do Brasil completaria 120 anos. A data foi marcada por homenagens feitas por figuras importantes da cidade e da República, no Memorial JK.
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e os senadores e postulantes ao Palácio do Buriti Izalci Lucas (PSDB) e Leila Barros (PDT) compareceram ao encontro conduzido pelo empresário e também candidato a governador do Distrito Federal Paulo Octávio (PSD). Todos depositaram flores no túmulo do mandatário, que fica no Memorial.
Paulo Octávio lembrou de JK como o responsável pela maior epopeia do século 20 no mundo, além de ser um democrata que abdicou do direito à reeleição e que tinha plano de governo, não de poder.
“Essa tradição, que temos procurado manter, de botar flores no túmulo no dia do aniversário dele, é muito importante, porque nós temos que mostrar ao Brasil que é possível governar bem, com democracia, entendimento, diálogo e crescer no país”, discursou o empresário.
Leila Barros, por sua vez, se vê como fruto do sonho de JK. A família da senadora veio para Brasília assim que a cidade foi inaugurada. “Estamos celebrando a vida de um grande estadista que nunca deixou de sonhar e que deveria ser celebrado todos os dias. Sem ele não teríamos a oportunidade de crescer na capital”, afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues deu destaque para as bases do combate às desigualdades regionais lançadas na gestão de JK, que décadas depois se tornariam princípio fundamental da Constituição de 1988. “É no governo de JK que temos a maior obra do século. Brasília não é a maior obra do século só para o Brasil, é para o mundo. É uma epopeia que não tem igual, que é inimaginável fazer na atualidade, imagine fazer isso nos anos 1950. Ele não sabia que era impossível e foi lá e fez. E depois de ter feito essa obra imensa e ter integrado o Brasil, combatido as desigualdades regionais e ter elevado o desenvolvimento nacional como nunca na história do país, qual foi a preocupação dele ao deixar o governo? A democracia”, declarou o parlamentar.
Rodrigues é um dos responsáveis pela reunião de registro dos discursos de JK durante o seus cinco anos de governo. A publicação do Conselho Editorial do Senado é constituída por cinco volumes que contém todos os pronunciamentos proferidos pelo estadista enquanto ocupava a cadeira presidencial, desde a difícil campanha pela eleição, em 1956, até 1960.
“JK foi o maior estadista que o Brasil teve e hoje nós estamos celebrando os 120 anos do nascimento dele. E é com muita emoção que recebemos tantas pessoas aqui hoje e lançamos o último livro da coletânea que traz os discursos do meu avô quando era presidente”, celebrou Anna Christina Kubitschek, presidente do Memorial JK.
Presidente do Congresso Nacional e conterrâneo de Juscelino, o senador Rodrigo Pacheco aproveitou a ocasião para também homenagear o legado do fundador de Brasília e para tecer críticas ao atual cenário do país, sobretudo em relação às desigualdades: “É inconcebível pensar num país, entre os grandes produtores de alimentos do mundo, tido até como celeiro, tenha 33 milhões de pessoas passando fome. É impossível pensar num país que tem indústrias, um agronegócio pujante e uma biodiversidade extraordinária e tenha tantas pessoas desempregadas, sem ocupação num país que precisa ocupar todas as pessoas para construí-lo”.