Condutores imprudentes estão entre as principais causas das tragédias
O Distrito Federal tem aumento no número de mortes nas vias da capital. Cerca de 242 pessoas perderam a vida no trânsito entre os meses de janeiro e novembro deste ano de 2022. O número é maior de que todos os casos registrados no ano passado, ao total foram 238 casos de janeiro a dezembro de 2021.
A média mensal de sinistros de trânsito também preocupa: o aumento chega a 6,8%, passando de 19 para 20,3 casos.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), somente entre a última sexta-feira (23) e segunda (26), três pessoas morreram e cinco ficaram feridas em acidentes de trânsito no Distrito Federal.
Já o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) realizou diversas operações de fiscalização de trânsito e abordou 220 condutores — desses 41 foram flagrados dirigindo após ingestão de bebida alcoólica.
Cenário
As festas de fim de ano, o aumento de condutores de férias nas rodovias e as chuvas contribuem para piorar o cenário. Entre janeiro e novembro, a fiscalização fez 31.233 flagrantes de motoristas bêbados ao volante, 14,2% a mais do que todos os registros de 2021.
O número é o maior dos últimos três anos. Apesar disso, a quantidade de condutores punidos com a suspensão da CNH por dirigirem embriagados caiu 94,14% e os casos em que o Detran cassou a carteira de motoristas bêbados reduziu 97,4% na comparação com o ano anterior.
O Detran-DF explicou, em nota, que não há uma relação direta e automática entre o número de autuados por alcoolemia e o número de habilitações suspensas ou cassadas.
“Pela legislação, o condutor autuado por alcoolemia só tem a habilitação suspensa depois de todo processo legal, dada a ampla defesa e o contraditório”, esclareceu o departamento.
Ainda de acordo com o órgão, em 2020 e em 2021, por força das medidas de enfrentamento da pandemia da covid-19, o Conselho Nacional de Trânsito prorrogou os prazos para interposição de defesa prévia e recursos de autuações.
Orientação
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou o Guia CNT de Segurança nas Rodovias 2023. O documento traz um levantamento detalhado sobre acidentes e mortes nas rodovias do país. No Brasil, em 2022, para cada 100 sinistros, nove pessoas morreram. Ao total, foram 64.283 acidentes, 5.507 óbitos e 72.576 sobreviventes com ferimentos leves ou graves.
O documento aponta, ainda, que 12,5% dos acidentes aconteceram porque o motorista teve uma reação tardia ou ineficiente para evitá-los. Já a causa mais frequente das mortes nas rodovias, 13,7% ocorreram porque o condutor dirigia na contramão da via. Os dados do Guia de Segurança da CNT foram obtidos por meio da Polícia Rodoviária Federal e reúnem informações de novembro de 2021 a outubro de 2022.
A CNT também fez o recorte das tragédias nas rodovias federais por unidade da federação. No Distrito Federal, ocorreram 944 acidentes nas BRs e 47 mortes. A proporção de óbitos por 100 acidentes, é menor que a média nacional: 5 para cada 100 sinistros fatais. Ao todo, 955 pessoas escaparam com ferimentos leves ou graves.
A BR-020 foi a rodovia que registrou sinistros de trânsito (339 ou 35,9% do total) e mortes (17 ocorrências, ou 36,2% do total). O critério usado pela CNT foi o de número de acidentes por 10km de rodovia. (Veja quadro que traz os trechos mais perigosos no DF).