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Lula anuncia Plano Safra recorde de R$ 400,5 bi para 2024 e 2025

03 de julho, 2024
2 minuto(s) de leitura
Lula anuncia Plano Safra
Foto: Reprodução/ Gov.br

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (3) o Plano Safra 2024-2025, com um montante recorde de R$ 400,5 bilhões. Em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença de ministros, parlamentares e empresários do agronegócio, Lula buscou estreitar laços com um setor historicamente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante o evento, Lula destacou que seu governo não opera de forma ideológica, e que nunca questiona a orientação política dos empresários. “Não precisa gostar de mim. Eu certamente vou gostar de vocês, porque não desprezo possíveis eleitores”, declarou, arrancando risos da plateia. Em uma alusão indireta a Bolsonaro, provocou: “Por isso que fazemos Plano Safra melhor do que aqueles que parecem gostar de vocês e não gostam.”

Lula em anúncio do Plano Safra
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

O presidente reforçou seu compromisso com o desenvolvimento do país, sem priorizar preferências políticas: “Vou nascer e morrer sem nunca perguntar para um empresário brasileiro se ele gosta de mim ou se ele votou [em mim]. Não é essa relação, não é casamento. Quero construir um país, sonho com país mais desenvolvido, padrão de classe média evoluído.”

O governo também anunciou R$ 108 milhões em recursos da linha de crédito LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) para complementar os incentivos do Plano Safra. Apesar do esforço, a bancada ruralista no Congresso mantém críticas, alegando que o plano ainda necessita de mais recursos para o seguro rural e para a equalização das taxas de juros cobradas dos produtores.

Recursos

Do total de R$ 400,5 bilhões, R$ 293,2 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, e o restante para investimentos. Os recursos se dividirão entre taxas controladas, direcionadas a produtores, cooperativas e ao Pronampe (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), e taxas livres.

Para os beneficiários do Pronampe, a taxa de juros para custeio será de 8% ao ano, enquanto para investimentos a variação será de 7% a 12% ao ano. O Plano Safra abrange ao menos 13 programas voltados à inovação e modernização da atividade produtiva, incluindo práticas sustentáveis como a recuperação de áreas degradadas.

O lançamento ocorre em um momento delicado na relação com o agronegócio, que majoritariamente apoiou Bolsonaro nas últimas eleições. Recentemente, o setor reagiu negativamente à iniciativa do governo de importar arroz para evitar a alta de preços, decorrente de calamidades climáticas no Rio Grande do Sul. O leilão foi cancelado devido a indícios de irregularidades, resultando na demissão do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller.

O Plano Safra é uma das principais apostas do governo Lula para reaproximar-se do agronegócio. Inicialmente, o governo trabalhava com um valor superior a R$ 500 bilhões, mas o montante anunciado, apesar de recorde, ficou abaixo do esperado. O ministro Carlos Fávaro havia planejado o lançamento no Mato Grosso, um dos principais estados do agronegócio, mas devido a possíveis resistências, o evento foi realizado em Brasília.

Representantes do agronegócio expressaram satisfação com os números apresentados, mas apontaram insuficiências no valor destinado ao seguro rural (cerca de R$ 1 bilhão) e na equalização da taxa de juros (R$ 16,5 bilhões). A Frente Parlamentar da Agropecuária considera esses valores insuficientes para atender às demandas do setor.

O lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, também realizado nesta quarta-feira, anunciou R$ 76 bilhões em crédito.

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