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Entenda caso da atleta brasileira que pode perder a guarda da filha por competir em Paris

05 de agosto, 2024
2 minuto(s) de leitura
Reprodução Instagram

Apesar de estar participando das Olimpíadas de Paris 2024, a atleta brasileira Flavia Maria de Lima, de 32 anos, tem enfrentado um grande desafio longe das pistas de corrida. A atleta enfrenta uma disputa no tribunal e corre risco de perder a guarda de sua filha de seis anos devido a uma disputa judicial com o pai da criança. João Mendes, pai da menina, alega que as frequentes viagens internacionais de Flavia configuram abandono parental, um argumento que tem alimentado a batalha pela custódia.

“Por incrível que pareça, a minha profissão é o ponto que está sendo julgado. Sim, competições que participei foram protocoladas alegando que eu abandonei a minha filha. No começo até fiquei aterrorizada, amedrontada, fiquei com medo de competir, de viajar, até pensei em desistir. Mas com um acompanhamento psicológico e conversando com minha mãe, que esteve me apoiando todos os dias, eu resolvi lutar e buscar os meus sonhos, vir atrás de tudo aquilo que eu sempre sonhei”, disse ela a atleta em entrevista ao Globo Esportes (ge).

Escalada para representar o Brasil em Paris, Flavia se despediu da disputa dos 800m feminino no sábado (3/8), ao terminar a prova na 15ª posição da classificação geral da repescagem, ficando de fora das semifinais. Na internet, Flavia segue chamando atenção para a luta que tem enfrentado e recebe apoio dos internautas e do coletivo Mães na Luta.

A situação também foi destacada pela atriz Paolla Oliveira, que se manifestou sobre o assunto nas redes sociais. “Quantas lutas precisamos enfrentar para sermos suficientes? Para alcançarmos igualdade? Para conseguirmos trabalhar, competir, existir, ser? Vamos proteger as mulheres no esporte e apoiar nossas meninas tanto dentro quanto fora das quadras. O esporte e a vida estão sempre exigindo muito mais de nós”, escreveu ela.

No domingo (4/8), a atleta voltou a se pronunciar e acusou o ex-marido de silenciá-la. “Quantas mulheres são silenciadas diariamente? Quantas mulheres vem procurando ajuda, suporte, achando maneira de contar sua história, sua dor e são amordaçadas pelo machismo? Eles acham que tem o poder de controlar nossa vida e a gente tem que viver reprimida o resto da vida. Quantas mulheres foram silenciadas e não estão mais aqui por conta das suas histórias? A partir do momento que eu não me pronunciar mais a respeito é porque eu fui silenciada, mas não porque eu quis. Porque eu sou vista como um objeto”, disse Flávia.

Matheus Henrique, advogado atuante em direito de família, ressalta que o conceito de abandono parental é complexo e deve ser analisado com cautela. “Viagens de trabalho não deveriam ser vistas como negligência. Não se pode penalizar uma mãe por seguir sua carreira e prover para sua família. O mais importante é garantir que a criança esteja em um ambiente amoroso e seguro”, defende o advogado.

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