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Agosto Lilás: áreas da saúde tem estabelecido medidas preventivas para identificar violência contra mulheres

19 de agosto, 2024
2 minuto(s) de leitura
Violência doméstica
Agosto Lilás alerta sobre violência doméstica (Foto: Freepik)

A campanha Agosto Lilás, instituída pela Lei 14.448/22 em alusão à Lei Maria da Penha, tem ganhado destaque não apenas nos órgãos de segurança pública, mas também em áreas da saúde como enfermagem e radiologia. Com o crescente número de casos de violência doméstica e feminicídios, essas profissões têm adotado medidas preventivas para identificar e auxiliar vítimas de violência contra a mulher, reforçando a importância da conscientização e da intervenção precoce.

O cenário nacional de violência de gênero apresenta números alarmantes. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, foram registrados 245.713 casos de violência doméstica e 1.437 feminicídios no ano passado. No Distrito Federal, o número de feminicídios em 2023 já supera os dados do ano anterior, com 24 casos contabilizados até agosto. Diante dessa realidade, profissionais da saúde têm desempenhado um papel cada vez mais crucial na identificação de casos de violência que muitas vezes não chegam a ser denunciados.

Na radiologia, profissionais estão atentos a certos padrões de fraturas e lesões que podem indicar abuso físico. Thiago Padre, professor de radiologia da Estácio Brasília, explica que características como fraturas em áreas incomuns, hematomas detectados por meio de radiografias e sinais de estrangulamento podem levantar suspeitas de violência doméstica. “Lesões como fraturas em costelas, ossos do crânio e da face, ou marcas de contusão no pescoço, muitas vezes seguidas de inchaço ou hemorragia, são indicativos que precisam ser investigados com cuidado”, afirma.

De forma semelhante, a enfermagem forense, uma especialização que lida diretamente com vítimas de violência, tem sido fundamental no processo de coleta de evidências médicas. Rangel Fernandes, enfermeiro e mestre em ciências sociais da Estácio Brasília, destaca que esses profissionais trabalham em colaboração com equipes multidisciplinares e autoridades legais, garantindo que as necessidades das vítimas sejam atendidas de forma abrangente. “A documentação detalhada de lesões e a coleta de evidências são cruciais para responsabilizar agressores e garantir a proteção das vítimas”, explica.

Além disso, políticas públicas no Distrito Federal, como a Lei 7539/24, conhecida como Lei do Banco Vermelho, buscam fortalecer a luta contra o feminicídio por meio da conscientização e prevenção. Essas iniciativas são parte de um esforço mais amplo para engajar a sociedade na prevenção da violência contra a mulher, promovendo um ambiente mais seguro e justo.

Profissionais da saúde têm adaptado suas abordagens para garantir um atendimento sensível e eficaz às vítimas de violência. Ao identificar sinais de abuso, esses profissionais criam um ambiente seguro e privado, garantem a confidencialidade e oferecem apoio emocional, além de documentar cuidadosamente as lesões para possíveis ações legais futuras.

Com essas medidas preventivas e a colaboração entre diferentes áreas da saúde e segurança pública, espera-se que os números de casos de violência doméstica possam diminuir até o próximo Agosto Lilás, tornando a campanha ainda mais significativa na proteção das mulheres.

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