Um grupo de jovens patinadoras brasileiras está em busca de apoio para realizar um sonho olímpico: competir no Campeonato Mundial de Patinação Artística, que será realizado na Itália. Após uma trajetória marcada por dedicação e inúmeras vitórias nacionais, as atletas estão agora concentradas em arrecadar fundos para cobrir as despesas de sua jornada internacional.
O quarteto Impulse, formado por Hana Tavares (17 anos), Gabriele Araújo (22 anos), Júlia Fontana Machado (17 anos) e Letícia Fonseca Barbosa (20 anos), ganhou destaque no cenário brasileiro brasileiro da patinação e enfrentam o desafio de mobilizar a comunidade e garantir os recursos necessários para representar o Brasil no evento global.
Cada membro do Quarteto Impulse iniciou sua jornada na patinação artística ainda jovem, desenvolvendo um profundo amor pelo esporte ao longo dos anos. Gabriele começou a patinar aos 13 anos, enquanto Hana e Júlia se iniciaram com 12 anos. Letícia entrou para o grupo mais tarde, aos 20 anos. O que começou como um hobby para essas atletas evoluiu para uma dedicação séria, levando-as a competir individualmente em várias competições e a formar uma amizade sólida e um compromisso mútuo com a patinação.
O Quarteto Impulse se formou oficialmente há um ano, e desde então, tem se destacado em competições. “Nosso foco tem sido no trabalho em equipe, o que nos levou a participar de campeonatos como um grupo,” explica Gabriele. “Fomos campeãs no Campeonato Brasileiro e no Troféu Brasil, o que nos garantiu uma vaga no Campeonato Mundial.”
O desafio e a alegria de representar o Brasil
Para Luana Fontana Machado, uma das integrantes do quarteto, o objetivo de competir no Mundial sempre foi uma meta. “Desde o início, sabíamos que nosso trabalho duro poderia nos levar a este ponto. Estamos ansiosas para representar o Brasil e mostrar o que conseguimos alcançar,” afirma Luana.
O sentimento é compartilhado por todas, com uma mistura de empolgação e responsabilidade. “Estamos muito felizes e também determinadas a fazer o nosso melhor. Nossa coreografia é especialmente significativa para nós, pois representa a nossa luta e o desejo de alcançar nossos objetivos,” diz Júlia Fontana Machado.
Um dos maiores desafios enfrentados pelo quarteto é a falta de visibilidade e apoio financeiro para esportes não olímpicos. Hana Tavares, de 17 anos, destaca a dificuldade: “A patinação artística não tem a mesma visibilidade que outros esportes. Nossos pais têm sido fundamentais no suporte financeiro, mas o custo para competições internacionais é alto e muitas vezes pesa no bolso deles.”
Para cobrir os custos associados à participação no Campeonato Mundial, o Quarteto Impulse está organizando eventos como uma feijoada beneficente para arrecadar fundos. “Estamos tentando levantar cerca de R$ 10 mil por atleta para cobrir despesas como passagens, hospedagem, alimentação e o custo do técnico. A ajuda da comunidade é essencial para reduzir o impacto financeiro para nossos pais,” explica Letícia Fonseca Barbosa.
Além dos eventos realizados pelas atletas, o quarteto também abriu uma vakinha na internet e contam com o apoio do programa Compete Brasília, que está contribuindo com as passagens das atletas. Desde 2019, o programa tem subsidiado passagens para torneios nacionais e internacionais, beneficiando mais de 16 mil atletas. Com um investimento total de R$ 26 milhões, o Compete Brasília tem sido fundamental para o incentivo e suporte de atletas e paratletas, oferecendo cobertura para transporte aéreo e terrestre.
O futuro e o valor da patinação artística
Apesar dos desafios, o quarteto permanece otimista e focado. “A nossa coreografia tem uma mensagem importante sobre perseverança e a luta para alcançar nossos sonhos. Estamos ansiosas para mostrar ao mundo o quanto amamos a patinação artística e o que podemos alcançar,” conclui Gabriele Araújo.
O técnico do Quarteto, Alexandre, acrescenta que a inclusão da patinação artística nos Jogos Olímpicos é uma meta ainda distante, mas com trabalho e visibilidade, o esporte pode um dia alcançar esse status. “Existem critérios rigorosos para a inclusão de um esporte nas Olimpíadas, e embora a patinação artística tenha ganhado reconhecimento, ainda há um longo caminho pela frente.”