Débora Oliveira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou nesta quarta-feira (11/09) uma proposta inovadora para o enfrentamento de desastres climáticos: o treinamento de jovens alistados nas Forças Armadas para atuar em situações de emergência ambiental. Em entrevista à Rádio Norte FM, de Manaus, Lula afirmou que a ideia surgiu após conversas com o comandante do Exército, general Tomás Paiva.
“A gente poderia aproveitar esses jovens que vão servir o Exército para formá-los e especializá-los em Defesa Civil, preparando-os para enfrentar desastres climáticos”, sugeriu Lula. O presidente destacou que o treinamento de aproximadamente 70 mil recrutas anuais poderia resultar em um reforço significativo na luta contra crises climáticas, como incêndios florestais e inundações.
O plano é alinhado com os recentes esforços do governo para enfrentar a crise ambiental no Brasil, que tem sido exacerbada por mudanças climáticas e seca prolongada. Lula também anunciou a criação de uma autoridade climática e um comitê técnico-científico para coordenar e implementar políticas de combate às mudanças climáticas.
A iniciativa surge em um contexto crítico: o Brasil tem enfrentado uma alta alarmante nos casos de queimadas, especialmente nas regiões do Pantanal e Amazônia. De acordo com o último boletim do Ministério do Meio Ambiente, mais de 131 mil focos de calor foram registrados até 1º de setembro, com 85% desses focos concentrados em apenas 20 municípios na Amazônia. Entre janeiro e setembro deste ano, cerca de 1,6% do bioma amazônico foi consumido pelo fogo.
A crise tem levado o governo a intensificar suas ações. Na terça-feira (10/09), Lula visitou o Amazonas, onde anunciou a convocação de mais bombeiros da Força Nacional para combater os incêndios. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, também determinou a mobilização imediata de mais recursos para enfrentar a emergência.
Com a proposta de treinar os recrutas do Exército, Lula busca não apenas reforçar o combate direto aos desastres climáticos, mas também criar uma força de trabalho capacitada para enfrentar futuras crises ambientais. A medida ainda precisa ser formalmente implementada e será um passo crucial na resposta do governo federal à crescente ameaça das mudanças climáticas.
