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Veganismo ecocêntrico ou antropocêntrico? Pesquisa revela motivações para não consumir produtos de origem animal

28 de outubro, 2024
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Veganismo ecocêntrico ou antropocêntrico? Pesquisa revela motivações para não consumir produtos de origem animal
Veganismo ecocêntrico ou antropocêntrico? Pesquisa revela motivações para não consumir produtos de origem animal.

Um estudo realizado por estudantes de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB) investiga as razões psicossociais por trás da escolha pelo veganismo, analisando os fatores cognitivos e afetivos que impulsionam essa decisão. No Brasil, cerca de 14% da população se identifica como vegana ou vegetariana, e a pesquisa revela que, além da eliminação de produtos de origem animal, o veganismo carrega valores ideológicos e um compromisso ético com o meio ambiente.

Os estudantes Amanda Cavalcanti e Diego Moreira descobriram que sentimentos como alívio da culpa e sensação de paz são fundamentais para manter o veganismo, enquanto emoções como revolta e culpa atuam como catalisadores iniciais. “A coexistência de afetos positivos e negativos demonstra a complexidade da jornada vegana, que envolve tanto a busca por um estilo de vida ético quanto o enfrentamento das injustiças ambientais e sociais”, explica Moreira.

Os dados quantitativos da pesquisa apontam que 85% dos argumentos favoráveis ao veganismo são ecocêntricos, ou seja, orientados pela preservação ambiental, enquanto 89,48% dos argumentos contrários refletem crenças antropocêntricas, que priorizam o uso dos recursos naturais para o benefício humano. “Quem adere ao veganismo é influenciado por ambos os tipos de crenças, mas a sustentabilidade predomina”, afirmam Cavalcanti e Moreira.

Lígia Abreu Cruz, professora de Psicologia do CEUB e orientadora da pesquisa, destaca a relevância da conscientização ambiental no veganismo. “Os achados reforçam a importância de conscientizar sobre o impacto ambiental das escolhas alimentares e incentivar discursos que evidenciem a interconexão entre seres humanos e a natureza”, observam os pesquisadores. O estudo ainda contribui para o compromisso da Sociedade Brasileira de Psicologia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, promovendo a criação de campanhas de conscientização embasadas em evidências.

Na primeira etapa do estudo, os pesquisadores utilizaram uma abordagem qualitativa, aplicando entrevistas semiestruturadas e análise dedutiva dos dados, de acordo com a metodologia de Minayo. Na segunda etapa, realizaram uma análise temática a partir de dados secundários, categorizando comentários e afetos positivos e negativos.

A pesquisa sugere que o veganismo, mais do que uma escolha pessoal, está fortemente ligado a uma visão ecocêntrica que desafia práticas antropocêntricas e aponta para a importância de decisões sustentáveis, contribuindo para a proteção ambiental e o bem-estar de todas as espécies.

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