Cidade foi criada em 1971; aniversário é celebrado dia 27 de março. Nome une sigla CEI ao sufixo lândia, que significa ‘terra’, em inglês.
Ceilândia, a região administrativa mais populosa do Distrito Federal, completa 50 anos no próximo sábado (27). Ao longo de cinco décadas, a cidade coleciona histórias e se destaca pela contribuição econômica, cultural e a diversidade reunida em um só lugar.
Por causa da pandemia de Covid-19, não há eventos previstos para a comemoração do dia. Entretanto, o G1 decidiu celebrar o cinquentenário com uma série de reportagens que resgata memórias de empreendedores, trabalhadores e artistas que abraçaram a região como o lugar para realizar os sonhos.
A partir deste domingo (21), a editoria Ceilândia 50 anos recebe todos os dias uma história nova. Para dar início à série, o G1 explica o surgimento da região administrativa e as principais curiosidades sobre a cidade aniversariante.
CEI + lândia
A região administrativa foi criada em 1971. A cidade surgiu da Campanha de Erradicação das Invasões (CEI), depois que o então governador Hélio Prates da Silveira percebeu que a existência de áreas irregulares era um dos maiores problemas sociais do DF.
De acordo com o governo da época, com apenas nove anos de existência, Brasília já tinha 79.128 pessoas em favelas. Esses moradores representavam 16% da população da nova capital do país – que tinha 500 mil habitantes.
Com intuito de abrigar essa parcela da população que vivia em áreas irregulares, foi criada a região administrativa IX, conhecida como Ceilândia. O nome une a sigla CEI ao sufixo lândia, que significa “terra”, “terreno”, “lugar” (de “land”, em inglês).
Região mais populosa do DF
Após ser ocupada pela primeira vez, Ceilândia não parou de receber pessoas. A região é a casa para mais de 470 mil ceilandenses, segundo dados da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).
Por abrigar tanta gente, a região já chegou a alcançar o 43º lugar no ranking de cidade mais populosa do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ceilândia é famosa por ser berço dos nordestinos na capital do país. Na cidade, alguns pontos turísticos carregam os traços desse povo, como a Casa do Cantador – que foi desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer – e a Feira Central, que vende comidas típicas do Nordeste.
Outro ponto turístico da cidade é a Caixa D’água de 27 metros de altura. Ela chama a atenção de quem passa na avenida Hélio Prates, pois tem um formato diferente para um reservatório. Inaugurada em 1974 – no mesmo local onde foi lançada a pedra fundamental de Ceilândia – a caixa d’água continua funcionando sob responsabilidade da Caesb, com capacidade para 500 metros cúbicos de água.
A construção foi tombada pela Secretaria de Cultura em 2013 como um reconhecimento dos primeiros habitantes e da construção da região. Durante as obras foram necessários 1,3 mil sacos de cimento, meia tonelada de ferro armado e uma tonelada de brita.
Curiosidades
Além da diversidade cultural e importância econômica, Ceilândia reúne uma série de curiosidades e fatos inusitados. Em outubro de 2020, um vídeo viralizou nas redes sociais e fez muita gente acreditar que um “lobisomem” havia sido visto na região. A criatura mística que foi filmada era, na verdade, de um homem adestrando um cachorro da raça rottweiler.
“Não era um lobisomem não. Era um cara que sempre está por aqui adestrando um cachorro”, disse o morador, o instalador de som automotivo Leandro Figueiredo, de 32 anos, que desmentiu o boato.
Confira abaixo outras curiosidades sobre Ceilândia:
- A primeira família foi assentada na QNM 23, Conjunto P, lote 12, em Ceilândia Sul;
- A primeira vez que um ônibus fez a linha Ceilândia-Plano Piloto foi em 28 de março de 1971. A passagem custou R$ 0,60;
- O primeiro ceilandense nasceu em 2 de abril de 1971 e recebeu o nome de Clébio Danton Melo Pontes. Ele se chamaria Ceilândio, mas um assistente social interferiu, e o pai do menino mudou de ideia;
- A primeira coleta de lixo foi feita pelos garis Sebastião José Lourenço, Armando Campos Sobral e Antônio da Silva Sobrinho, em 31 de março. O veículo tinha a placa 547;
- O projeto urbanístico da região é do arquiteto Ney Gabriel de Souza. São dois eixos cruzados em ângulo de 90 graus, formando a figura de um barril.
Fonte: Milena Castro, G1 DF