PCDF: Os alvos de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) contra furtos em contas bancárias, deflagrada nesta quarta-feira (7), ostentavam fotos com dinheiro e arma de fogo. De acordo com a corporação, 20 pessoas foram indiciadas pelos crimes. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 740 mil de três empresas (veja mais abaixo).
Os agentes cumpriram 10 mandados de busca e apreensão na capital, em Goiás e Alagoas. Itens de luxo, como carros e jet-ski, foram encontrados com os suspeitos.
Além disso, os policiais apreenderam uma arma de fogo, R$ 33,7 mil e US$ 2,8 mil em espécie, além de máquina de contar cédulas, vários telefones, documentos, e cartões de crédito.
Segundo a PCDF, os suspeitos registravam fotos com os materiais apreendidos. Em duas imagens, é possível ver alvos da operação com grande quantidade em dinheiro. Em outra, um deles exibe uma arma de fogo entre as pernas (veja abaixo).
As fotos, de acordo com a PCDF, foram encontradas nos celulares dos suspeito. A corporação afirma que eles costumavam trocar o material entre si.
Segundo a investigação, o grupo invadiu as contas bancárias de uma seguradora, uma distribuidora e uma rede de supermercados do DF e subtraiu o montante.
“Eles distribuíram o dinheiro em diversas contas e faziam pagamento de boletos, cujos beneficiários eram os próprios envolvidos”, informa o delegado Wisllei Salomão, da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Material e a Fraudes (Corf). “Os suspeitos ocultavam os produtos do crime por meio da compra de imóveis e veículos”, continua o investigador.
PCDF: ‘Organização complexa e duradoura’
Os mandados foram cumpridos em:
- Taguatinga
- Samambaia
- Novo Gama (GO)
- Maceió (AL)
O delegado diz ainda que as investigações tiveram início em 2018 e que a ação deflagrada nesta quarta é a terceira fase da operação, batizada de Suíça. “São integrantes de uma complexa e duradoura organização criminosa”, afirma.
Wisllei Salomão alega que o grupo criminoso era dividido em tarefas. Veja:
- Gerenciadores: responsáveis pelo planejamento e detentores das informações das contas a serem fraudadas;
- Fraudadores ou invasores: invadiam as contas bancárias ou instalavam equipamentos em caixas eletrônicos;
- Operadores: recrutavam interessados em permitir o uso das contas para receber os valores subtraídos e realizavam saques do dinheiro.
Após terem acesso às contas das empresas, os criminosos também faziam transferências para outros beneficiários, no mesmo banco. A intenção, segundo a investigação, era dividir o dinheiro furtado em várias contas, emprestadas por terceiros, que recebiam uma porcentagem do dinheiro.
Segundo a investigação, após emprestarem as contas bancárias para o esquema criminoso, os envolvidos passavam a ser ameaçados com armas de fogo, caso não cumprissem o combinado com os mentores do grupo.
Os 20 participantes do esquema foram indiciados por organização criminosa, que prevê pena de prisão de 3 a 8 anos. Seis deles também vão responder por receptação (pena de 1 a 4 anos), cinco por furto mediante fraude (pena de 2 a 8 anos) e três por lavagem de dinheiro (de 3 a 10 anos).