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MAB amplia acervo em exposição com mais 45 obras-primas

26 de agosto, 2021
4 minuto(s) de leitura
Mostra traça panorama de arte moderna e contemporânea brasileira por meio desse recorte da coleção do museu. Foto: Divulgação/MAB
Mostra traça panorama de arte moderna e contemporânea brasileira por meio desse recorte da coleção do museu. Foto: Divulgação/MAB

O Museu de Arte de Brasília (MAB) amplia o acervo em exposição com uma coleção de 45 obras-primas. Algumas nunca expostas ao público. São peças de Roberto Burle Marx, Siron Franco, Cildo Meireles, Tunga, Ernesto Neto, Amílcar de Castro, Athos Bulcão, Beatriz Milhazes, Alfredo Volpi, Lygia Pape, Arthur Luiz Piza, Emanoel Araújo e Frans Krajcberg. Apenas esse conjunto exposto está avaliado em mais de R$ 6 milhões. A exposição pode ser vista a partir desta quarta-feira e tem abertura oficial na sexta (27).

O Beijo, de Ana Maria Tavares, em aço carbono e alumínio, está entre as obras expostas no MAB | Fotos: Divulgação/Museu de Arte Moderna

“Desde sua abertura, o MAB enche nossos olhos de arte. É um orgulho imenso”, diz o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

Batizada de Obras-primas do MAB, a mostra traça um panorama de arte moderna e contemporânea brasileira por meio desse recorte da coleção do museu. A curadoria é de Marcelo Gonczarowska Jorge, gerente do espaço, que gesta essa exposição antes mesmo de o museu ser aberto ao público, em maio deste ano.

“Essa exposição foi montada dentro da nossa política de valorização das obras do museu e de aproximação entre arte e público. O MAB possui uma das mais importantes coleções de arte brasileira do país. Por isso, é fundamental que os brasilienses e os visitantes conheçam, reconheçam e se orgulhem do patrimônio reunido pela cidade ao longo de seis décadas.”

Raridades aos olhos

Em primeiro plano, o Grupo Pólipo, de Ernesto Neto, com módulos em tecido sintético, isopor e chumbo de dimensões variáveis. Na parede, da esquerda para a direita: Arthur Luiz Piza, Leonilson e Frans Krajcberg

A curadoria de Marcelo também buscou obras do acervo do MAB que nunca tinham sido expostas ou que raramente foram exibidas. Nesse garimpo, Signos Desencadeados (1963), de Yolanda Mohalyi, foi uma das selecionadas. Mohalyi é uma das pioneiras do abstracionismo informal no Brasil e seu papel e sua memória têm sido resgatados nas últimas décadas.

Foram retiradas das reservas técnicas algumas obras singulares dos mais importantes artistas brasileiros do século XX. Entre elas, uma das raras esculturas de Athos Bulcão, técnica mista produzida pelo artista. O exemplar do MAB é único, pois foi produzido em 1989 para a exposição Armadilhas Indígenas, a pedido do curador Bené Fonteles.

“O MAB também possui uma grande coleção de fotografia brasileira, raramente exposta, mesmo antes do fechamento do museu, em 2007. De modo a sanar essa injustiça, são apresentadas na exposição obras de Mario Cravo Neto e Claudia Andujar, ambos considerados alguns dos fotógrafos brasileiros mais importantes do século 20”

Marcelo Gonczarowska Jorge, curador de mostra

Outra peça rara da coleção é a Paisagem (s.d.), de Alfredo Volpi, do período anterior à sua fase de “bandeirinhas”. Outro exemplar da qualidade daquele presente no acervo do MAB só é encontrado na coleção do Museu de Arte Contemporânea da USP, em São Paulo.

“O MAB também possui uma grande coleção de fotografia brasileira, raramente exposta, mesmo antes do fechamento do museu, em 2007. De modo a sanar essa injustiça, são apresentadas na exposição obras de Mario Cravo Neto e Claudia Andujar, considerados dois dos fotógrafos brasileiros dos mais importantes do século 20”, aponta o curador,

Algumas obras foram restauradas nesse intervalo, e estão à mostra pela primeira vez desde então. Um dos destaques é Signos II (1971), de Iberê Camargo, restaurado por Marcos Faria, servidor da Secec. A peça, além de ser um dos mais belos exemplares da obra do artista em coleções públicas, é uma das pinturas mais valiosas do MAB.

A exposição também reconhece a importância e a contribuição da arte popular. Além de um grande exemplar de escultura cerâmica de Antônio Poteiro, conta com uma preciosa obra de Conceição dos Bugres. De origem indígena, a artista mudou-se ainda criança com a família para Mato Grosso do Sul, fugindo das perseguições contra os povos originários que ocorriam no Rio Grande do Sul, onde nasceu. Seu trabalho caracteriza-se pela identificação de formas humanas em tocos de madeira, as quais ressalta por meio da talha recoberta com cera tingida.

“A artista é considerada tão importante na história da arte popular do Brasil que o MASP dedica a ela, neste momento, uma mostra individual”, observa Marcelo.

As peças da mostra Obras-primas do MAB — que ocupa o hall da recepção e a galeria do 1º pavimento – ganharam etiquetas com textos explicativos sobre a importância e o contexto. A tradução desses textos pode ser acessada por meio de um QR Code disponível na galeria.

“A equipe de mediadores do museu está preparada para receber todo tipo de público e apresentar a mostra e a instituição de modo dinâmico e interessante, inclusive para as crianças”, avisa Marcelo.

O MAB segue também com a mostra fotográfica de Orlando Brito, as gravuras de Tarsila do Amaral e as esculturas do jardim.

Confira o detalhamento das obras do MAB

Textos da exposição de Obras Primas do MAB.pdf (cultura.df.gov.br)

Museu de Arte de Brasília

  • – SHTN, trecho 01, projeto Orla polo 03, Lote 05
  • – Visitação: todos os dias, menos terças-feiras
  • – Horário: 9h a 21h
  • – Telefone: 3306-1375
  • – e-mail: mab@cultura.df.gov.br
  • – Visitas guiadas: o MAB oferece visitas guiadas gratuitas. Não é necessário agendamento. Basta solicitar na recepção.
  • – Classificação: livre

Fonte: Agência Brasilia

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