O Distrito Federal tem a menor taxa de mortalidade infantil do país, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde, divulgado nesta semana. O índice mais recente na capital, referente a 2019, é de 8,5 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas. A média nacional é de 13,3.
A taxa é a menor já registrada na capital federal desde 1990, quando o número chegava a 28,9, representando uma queda de 70% das mortes em 29 anos. À época, o DF estava em 26º no ranking das unidades da federação, e o índice nacional era de 47,1 (veja abaixo).
De acordo com o monitoramento do governo federal, a maior taxa de mortalidade em 2019 foi registrada no Amapá, de 22,9 mortes a cada 1 mil nascidos vivos. Em segundo, está Roraima, com 18,8 e, em terceiro, o Amazonas, com 17,9.
Taxa de mortalidade no Brasil
Índice para cada mil crianças nascidas vivas
1990 | 2019 | ||||
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1º | Alagoas | 102,20 | 1º | Amapá | 22,90 |
2º | Paraíba | 81,90 | 2º | Roraima | 18,80 |
3º | Ceará | 79,50 | 3º | Amazonas | 17,90 |
4º | Pernambuco | 77,00 | 4º | Sergipe | 17,70 |
5º | Maranhão | 76,60 | 5º | Piauí | 17,50 |
6º | Rio Grande do Norte | 75,70 | 6º | Bahia | 16,60 |
7º | Bahia | 66,00 | 7º | Pará | 16,30 |
8º | Sergipe | 65,50 | 8º | Maranhão | 16,30 |
9º | Piauí | 65,00 | 9º | Acre | 16,00 |
10º | Acre | 56,50 | 10º | Mato Grosso | 15,40 |
11º | Pará | 46,20 | 11º | Paraíba | 15,10 |
12º | Tocantins | 44,90 | 12º | Rio Grande do Norte | 14,50 |
13º | Amazonas | 44,50 | 13º | Goiás | 14,50 |
14º | Rondônia | 42,60 | 14º | Alagoas | 14,40 |
15º | Roraima | 39,60 | 15º | Tocantins | 14,00 |
16º | Minas Gerais | 39,00 | 16º | Ceará | 13,50 |
17º | Amapá | 38,10 | 17º | Rio de Janeiro | 13,20 |
18º | Mato Grosso | 37,50 | 18º | Pernambuco | 13,00 |
19º | Paraná | 35,10 | 19º | Minas Gerais | 12,90 |
20º | Goiás | 35,10 | 20º | Rondônia | 12,50 |
21º | Santa Catarina | 33,60 | 21º | Mato Grosso do Sul | 11,10 |
22º | Espírito Santo | 33,20 | 22º | São Paulo | 11,00 |
23º | Rio de Janeiro | 32,30 | 23º | Espírito Santo | 10,70 |
24º | Mato Grosso do Sul | 32,30 | 24º | Rio Grande do Sul | 10,60 |
25º | São Paulo | 30,80 | 25º | Paraná | 10,30 |
26º | Distrito Federal | 28,90 | 26º | Santa Catarina | 9,60 |
27º | Rio Grande do Sul | 26,20 | 27º | Distrito Federal | 8,50 |
Brasil | 47,10 | Brasil | 13,30 |
O que interfere na mortalidade?
De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, valores elevados da taxa de mortalidade “refletem precárias condições de vida e saúde e baixo nível de desenvolvimento social e econômico”. No boletim, a pasta explica que o valor é “um importante indicador de saúde e condições de vida de uma população”.
Em nota publicada pela Secretaria de Saúde do DF (SES), a presidente do Comitê Central de Prevenção e Controle do Óbito Materno, Fetal e Infantil, Miriam Santos, destaca que “a mortalidade infantil não é uma ação só da Secretaria de Saúde. Envolve também saneamento básico, água encanada, transporte, asfalto”, além de outros fatores.
Entre as ações realizadas pela SES que influenciam no resultado, conforme análise da pasta, estão a manutenção de iniciativas como bancos de leite, disposição de medicamentos para recém-nascidos e um aumento na adesão ao teste pezinho, que detecta 40 doenças.
Como manter o índice baixo?
Para a SES, “o maior desafio para manter o índice de mortalidade infantil em baixa no DF é a vacinação”. Entre os principais obstáculos, segundo a secretaria, “estão as restrições da pandemia, a circulação de fake news e a ideia de que não existe mais o risco de contaminação por doenças como o sarampo, que voltou a ter casos registrados no Brasil”.
Para garantir a proteção à vida, o DF realiza a campanha de multivacinação, para crianças de zero a 14 anos. A imunização previne contra mais de 20 doenças, como hepatite B, meningite e HPV e ocorre de segunda a sexta-feira em 111 postos no DF.
Fonte: G1 DF