Na última semana, o Distrito Federal ultrapassou a marca de 70% da população acima de 12 anos imunizada com as duas doses da vacina contra Covid-19. Apesar disso, ainda há grupos que não tomaram a primeira dose e outros que poderiam ter concluído o esquema vacinal, mas não retornaram aos postos.
É o caso de mais da metade dos jovens de 18 e 19 anos no DF, que ainda não voltaram para tomar a D2. Visando atingir esse público, o GDF prepara um mutirão, chamado de Dia D, para o próximo sábado (20/11).
Segundo dados do Vacinômetro, da Secretaria de Saúde do DF, até 9 de novembro, 76,82% das pessoas entre 30 e 34 anos haviam tomado a primeira dose. Ou seja, 23,18% desse público — o que representa 61,8 mil pessoas — ainda não haviam iniciado o esquema, sendo a faixa etária com maior índice de não vacinados atualmente.
De acordo com as informações da pasta, pessoas com idade de 30 a 34 anos podem se imunizar contra Covid-19 desde 29 de julho há mais de três meses.
Segunda dose
Desde outubro, o intervalo entre as doses da Pfizer e da AstraZeneca foi reduzido no DF. Por meio do cartão de vacina, a pessoa deverá contar oito semanas do recebimento da D1 e então estará apta a tomar a D2.
O público de 12 a 17 anos é o que menos recebeu a segunda dose até agora: apenas 7,11% completaram o esquema vacinal. No entanto, este foi o último grupo a ser contemplado na campanha e muitos adolescentes ainda estão no tempo de receber a segunda aplicação (veja abaixo as datas do início da vacinação de acordo com a faixa etária).
Já em tempo de tomar a D2, os jovens de 18 e 19 anos foram inseridos na campanha de imunização em 17 de agosto, há três meses. Mesmo passadas mais de oito semanas desde o início da vacinação dessa faixa etária, apenas 44,48% deles completaram o esquema. Isto é, 55,52% dos jovens de 18 e 19 anos ainda não tomaram a D2 no DF, o que representa cerca de 54,7 mil pessoas.
Confira os números:
Busca pelos jovens não vacinados
O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, avalia que “é difícil determinar uma causa” específica para estes números, mas algumas razões podem ser o turismo vacinal — parte das pessoas podem ter se vacinado em outra unidade da Federação — e o negacionismo de alguns em relação às vacinas.
“Acreditamos que parte desse grupo tomou no estado de Goiás. Aí é muito difícil de conferir, porque teve indivíduo que veio e deu endereço do DF morando no Goiás; outros tomaram a vacina no Entorno e deram endereço de lá, mas moram aqui”,
pontuou o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero.
“Outra hipótese também é o aspecto cultural de que o indivíduo tomou a primeira [dose], nunca teve nada, está dentro daquele grupo extremamente crítico e começa a achar que não precisa tomar a segunda. Mas vamos fazer uma campanha grande agora, fazer o chamamento dessas pessoas, para ver se conseguimos alcançar um número mínimo desse grupo”, acrescentou.
De acordo com Divino Valero, a Saúde também analisará se o passaporte da vacina, que vem sendo exigido por alguns estabelecimentos e comércios da capital, pode influenciar o brasiliense a procurar os postos de imunização. “A gente pretende, e a própria sociedade está cobrando, [fazer] essas análises do chamado passaporte da vacina. Isso pode levar esses mais negacionistas a tomarem uma posição e se vacinarem”, avaliou.
“Isso (passaporte da vacina) é uma tendência, porque, à medida que vai fechando o cerco, os próprios restaurantes e outros lugares vão adotando essas medidas. A gente acredita que quem não se vacinou vai procurar vacina agora. Então, são várias análises”, assinalou Valero.
Ainda conforme o subsecretário, a pasta da Saúde pretende, até metade de dezembro, vacinar pelo menos mais 150 mil pessoas contra Covid-19, “que são esses de 12 a 17 anos”. “Os dados epidemiológicos comprovam que não há mais o que especular, o resultado da vacina é a baixa nos casos de mortalidade”, reforça. “Quem não se vacinou vá aos postos se vacinar. Não precisa esperar o dia 20. Todo dia é dia de vacinar”, alerta Divino.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que “está organizando uma ação de busca ativa das pessoas que ainda não iniciaram a vacinação, em locais de grande circulação, com o objetivo de facilitar o acesso aos serviços de vacinação”.
Vacinação no DF
A vacinação na capital teve início em 19 de janeiro, mas a população em geral foi chamada para se proteger contra o novo coronavírus em 1º de fevereiro, começando pelos maiores de 80 anos. Em 28 de setembro, chegou a vez dos jovens com mais de 12 anos. Assim, todo o público imunizável pode se proteger no DF.
O Distrito Federal também aplica a dose de reforço em pessoas idosas e profissionais de saúde. Moradores com mais de 60 anos podem receber a terceira dose seis meses depois de completarem o ciclo vacinal.