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Eleições pelo mundo, pleitos municipais, mercado cauteloso e briga velada entre poderes: o que esperar em 2024

02 de janeiro, 2024
4 minuto(s) de leitura
Eleições nos EUA em 2024
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

O ano de 2024 será, de fato, marcante para a política global, com eleições em diversos países importantes, que poderão ter impactos significativos na economia mundial.

No Brasil, as eleições municipais são vistas como uma oportunidade para o presidente Lula fortalecer sua base política. A expectativa é de que ele adote políticas econômicas populares para ganhar apoio, especialmente nas grandes cidades e capitais. Medidas como o aumento do salário mínimo e a expansão do programa habitacional “Minha Casa Minha Vida” são exemplos dessas políticas.

Além disso, com a aprovação da reforma tributária, a expectativa se volta para a elaboração das leis complementares que vão regulamentar a proposta. O Congresso Nacional deve discutir ainda as reformas do Imposto de Renda e da tributação da folha de pagamento – que está gerando uma queda de braço entre governo e legislativo, principalmente após o envio de uma MP do Ministério da Fazenda para reonerar a folha de 17 setores da economia.

Eleições pelo mundo

Na América Latina, as atenções se voltam para as eleições na Venezuela, México e Uruguai. A Venezuela, sob o comando do ditador Nicolás Maduro desde 2012, enfrenta um cenário político tenso, especialmente considerando as controvérsias de sua última eleição e os rumores de manobras políticas para Maduro se manter no poder.

A Rússia também realizará eleições em 2024, com Vladimir Putin provavelmente buscando a recondução ao poder. Sua longa permanência, de quase 25 anos na presidência, e o papel central que desempenha no cenário político internacional, incluindo a guerra na Ucrânia e as relações com a China, são de grande importância.

Nos Estados Unidos, as eleições presidenciais prometem ser polarizadas e carregadas de emoção, com a possibilidade de um novo confronto entre Joe Biden e Donald Trump em 2024. O resultado dessas eleições tem o potencial de alterar significativamente as relações de poder globais e impactar as políticas fiscais e econômicas dos EUA, afetando o comércio exterior mundial.

Cada um desses eventos eleitorais reflete as dinâmicas políticas únicas de suas regiões e tem implicações significativas para a política global. Essas eleições serão cruciais para definir as direções futuras das políticas internas e internacionais desses países, influenciando a economia, as relações diplomáticas e a estabilidade global.

Economia interna

O relatório Focus, publicado pelo Banco Central do Brasil nesta segunda-feira (2), revela uma leve alteração nas expectativas de inflação para o corrente ano, ajustando a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,91% para 3,9%. Este índice é reconhecido como o indicador oficial da inflação brasileira.

Como fica economia em 2024
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Para os anos de 2025 e 2026, as projeções do mercado para a inflação mantêm-se estáveis em 3,5%. O índice previsto para 2024 supera a meta central de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

O relatório também destaca as previsões contínuas para 2023, aguardando a consolidação dos dados finais. O mercado financeiro estima que a inflação de 2023 feche em 4,46%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados completos de 2023 em 11 de janeiro.

O aumento nos preços dos alimentos em novembro de 2023 influenciou significativamente a inflação, levando o IPCA a 0,28%, uma elevação em relação à taxa de 0,24% registrada em setembro.

A taxa acumulada de inflação em 2023 alcançou 4,04%, com um índice consolidado de 4,68% nos últimos 12 meses. A meta estabelecida pelo CMN para 2023 é de 3,25%, com a mesma margem de tolerância. Segundo o Banco Central, a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 17%.

No que tange aos juros básicos, o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação é a taxa Selic, atualmente fixada em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após uma série de reduções durante o primeiro semestre de 2023, a inflação apresentou uma ascensão na segunda metade do ano, embora essa alta já fosse prevista por economistas.

O Copom reduziu a Selic quatro vezes no último semestre e planeja continuar com cortes de 0,5 pontos nas próximas reuniões, mas sem especificar um fim para essa política. O mercado financeiro projeta que a Selic termine 2024 em 9% ao ano, com previsões para 2025 e 2026 de 8,5% ao ano.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa foi mantida em 13,75% ao ano até agosto de 2023. Antes deste ciclo de elevação, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o menor nível histórico, como resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19.

O aumento da Selic visa conter a demanda e influenciar os preços, pois juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, mas com menor controle sobre a inflação.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao câmbio, as instituições financeiras mantêm a previsão de crescimento econômico para este ano em 1,52%. Para 2025 e 2026, espera-se um crescimento de 2% do PIB. O terceiro trimestre do ano passado viu um crescimento modesto de 0,1% em relação ao trimestre anterior, com um acumulado de 3,2% entre janeiro e setembro. Com isso, o PIB atingiu o maior patamar desde a pandemia.

A projeção do mercado para o PIB de 2023 é de 2,92%, com os resultados finais a serem divulgados em 1º de março. Quanto à cotação do dólar, espera-se que esteja em R$ 5,00 no final deste ano, subindo ligeiramente para R$ 5,03.

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