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Dólar tem 3º alta seguida após declarações de Lula sobre “jogo de interesse” contra o Real

02 de julho, 2024
2 minuto(s) de leitura
Cédulas de dólar
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

O dólar fechou esta terça-feira (2) em mais uma alta, desta vez de 0,22%, cotado a R$ 5,6652, atingindo o maior patamar em dois anos e meio. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o dia também com leve alta de 0,06%, aos 124.787 pontos.

Durante o dia, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 5,70, mas recuou no final após sinais de enfraquecimento no exterior e rumores de uma possível intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Este é o maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando o dólar fechou a R$ 5,6742.

As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central do Brasil voltaram a influenciar o mercado. Em entrevista a uma rádio em Salvador, Lula afirmou que há um “jogo de interesse especulativo” contra o real, acrescentando que o governo está avaliando medidas. “A reação de alta do dólar após minhas críticas ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto, não têm explicação”, declarou Lula.

Na segunda-feira (1), Lula havia dito que o próximo presidente do Banco Central deveria olhar para o Brasil “do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”. Após esses comentários, o dólar fechou a R$ 5,6527.

Campos Neto

Ainda na noite de segunda-feira, Lula reafirmou em discurso que não deve prestar contas a “banqueiros” ou “ricaços”, mas sim ao povo pobre. Em resposta indireta, Roberto Campos Neto declarou que a interrupção do ciclo de quedas da taxa básica de juros “tem a ver muito mais com ruídos que nós criamos do que com os fundamentos [da economia]”.

Evolução do dólar

Esta é a terceira alta consecutiva do dólar. No dia 27 de junho, a moeda estava cotada a R$ 5,5079. Desde então, os valores diários foram:

  • 28 de junho: R$ 5,5884
  • 1º de julho: R$ 5,6527
  • 2 de julho: R$ 5,6652

O dólar fechou em alta de 0,22% nesta terça, atingindo a máxima de R$ 5,7007 durante o dia. Com este resultado, a moeda acumula:

  • Avanço de 1,37% na semana
  • Ganho de 1,37% no mês
  • Alta de 16,75% no ano

O Ibovespa, por sua vez, acumulou:

  • Alta de 0,71% na semana
  • Ganho de 0,71% no mês
  • Perda de 7% no ano

Contexto econômico

As falas do presidente Lula sobre o Banco Central e seu presidente, bem como sobre a política monetária, têm sido observadas atentamente pelos analistas de mercado. Lula enfatizou que “não se pode inventar crises” e “jogar a culpa” da alta do dólar em suas declarações, argumentando que há especulação contra o real. O presidente defendeu ainda a autonomia do Banco Central, e criticou o que considera um viés político de Campos Neto, cujo mandato termina este ano.

Campos Neto, durante o “Forum on Central Banking”, em Portugal, declarou que a interrupção dos cortes de juros foi motivada por “ruídos” sobre a política fiscal e monetária, gerando incertezas que necessitavam de uma pausa para melhor comunicação e ajuste.

Além das tensões entre o governo e o Banco Central, o mercado também está atento ao cenário fiscal do Brasil. Na semana passada, os resultados do setor público mostraram um déficit superior ao previsto, aumentando as preocupações.

Externamente, os dados econômicos dos Estados Unidos têm impacto significativo. Informações do Departamento do Comércio indicaram uma queda inesperada nos gastos com construção em maio, enquanto o setor manufatureiro contraiu pelo terceiro mês consecutivo, conforme o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM).

Esta combinação de fatores internos e externos continua a influenciar o comportamento do dólar e do mercado financeiro brasileiro.

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