O grupo SouthRock, empresa que administra as operações da Starbucks no Brasil, deu entrada, no Tribunal de Justiça de São Paulo, em um pedido de recuperação judicial nesta última terça (31). O motivo são as dívidas estimadas em cerca de R$ 1,8 milhão.
Além disso, a própria Starbucks Coffee International pediu rescisão da licença da SouthRock, em função da inadimplência da empresa brasileira com suas obrigações, como, por exemplo, o pagamento de royalties pelo uso da marca.
Administrando 187 lojas da Starbucks no Brasil, a SouthRock tem um faturamento bruto de R$ 50 milhões com a rede de cafeteria. Segundo a empresa brasileira, uma conjunção de fatores desencadeou a crise: pandemia, inflação e as altas taxas de juros praticadas no Brasil. Além de comandar a operação nacional da Starbucks, a SouthRock também está envolvida nas operações da Eataly, da Subway e da TGI Fridays.
No documento de pedido de recuperação judicial apresentado em 13 de outubro, a SouthRock menciona a rescisão contratual. “Os acordos de licença com a Starbucks, que estão em processo de rescisão, são exatamente os instrumentos que asseguravam aos requerentes o direito de exploração das lojas Starbucks no território brasileiro”, informa o texto. O grupo brasileiro busca na justiça a reversão dessa rescisão, sustentando que a continuidade das operações da Starbucks é vital para a reestruturação da dívida.
No entanto, a SouthRock comunicou que manterá as operações da marca Starbucks no Brasil, e que os “ajustes de licença são parte do processo de Recuperação Judicial e são tratados diretamente com os parceiros envolvidos”.
Starbucks ignora crise e anuncia lucro bilionário
Em meio aos problemas financeiros no Brasil, a operação global da Starbucks anunciou um lucro líquido de USD 1,22 bilhão no seu quarto trimestre fiscal, finalizado em 1º de outubro, marcando um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O faturamento da Starbucks cresceu 11% no trimestre, atingindo um valor recorde de USD 9,37 bilhões, superando as expectativas do mercado. No relatório financeiro, não houve menção ao processo de recuperação judicial da SouthRock, controladora das operações da Starbucks no Brasil.