Débora Oliveira
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil surpreendeu positivamente no segundo trimestre de 2024, registrando um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 3 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice superou as previsões de analistas, que esperavam um crescimento entre 0,9% e 1,1%.
A economia brasileira começou o ano com um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre, comparado ao último trimestre de 2023, resultando em um PIB acumulado de 2,5% para o ano até o momento. No segundo trimestre, o crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços e indústria. Os serviços cresceram 1,0%, enquanto a indústria avançou 1,8%. Contudo, a agropecuária enfrentou um recuo significativo de 2,3%, influenciada por condições climáticas adversas.
De acordo com o IBGE, o crescimento da indústria foi favorecido pelo desempenho positivo das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que aumentaram 4,2%, beneficiados pela maior demanda de energia e pela bandeira tarifária verde. A indústria de transformação também teve uma alta de 1,8%, apesar da queda de 4,4% na indústria extrativa. A construção civil se destacou com um crescimento robusto de 3,5%.
No setor de serviços, o maior patamar nominal da série histórica foi alcançado, com crescimento em diversos subsetores. As atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados subiram 2,0%, seguidas por informação e comunicação (1,7%), comércio (1,4%) e transporte, armazenagem e correio (1,3%). No entanto, a agropecuária enfrentou desafios devido a ondas de calor, chuvas intensas e secas, que afetaram negativamente a produção agrícola.
Em termos de consumo e investimento, o segundo trimestre também trouxe resultados positivos. O consumo das famílias e o consumo do governo aumentaram 1,3%, enquanto os investimentos subiram 2,1%. No comércio exterior, as exportações de bens e serviços cresceram 1,4%, mas as importações subiram mais acentuadamente, com um aumento de 7,6%.
Comparando com o mesmo período de 2023, o PIB do Brasil avançou 3,3%, e o crescimento acumulado em quatro trimestres foi de 2,5%. No contexto global, o Brasil se destacou ao figurar em segundo lugar em um ranking com 53 países, com crescimento de 1,4% no PIB, superado apenas pelo Peru, que registrou um aumento de 2,4%. O Brasil ficou à frente de economias desenvolvidas como os Estados Unidos e a China, ambos com crescimento de 0,7%.
O governo federal havia projetado um crescimento de 2,5% para 2024 até julho, e o mercado financeiro ajustou sua estimativa para 2,46%, conforme o último Relatório Focus do Banco Central.
