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Caos em São Paulo: metroviários cruzam os braços contra privatizações e 9 linhas são afetadas

03 de outubro, 2023
2 minuto(s) de leitura
Greve no metrô de SP deixa usuários na mão
Foto: reprodução/ Agência Brasil

Em assembleia na noite dessa segunda-feira (2), o Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu pela paralisação durante pelo menos 24h. A categoria não está reivindicando aumento de salário ou direitos trabalhistas. Eles protestam contra os planos de privatização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Quatro linhas de metrô e três linhas de trem não estão rodando, e ainda há duas linhas ferroviárias em funcionamento parcial.

Na capital paulista, a Companhia de Engenharia de Tráfego informou que, no horário de pico, a cidade tinha 598 km de congestionamento. A SPTrans ampliou os itinerários de mais de 20 linhas de ônibus para tentar amenizar a alta demanda que se formou com a greve. Além disso, o rodízio de veículos foi suspenso nesta terça-feira (3), e o governador do estado, Tarcísio de Freitas, juntamente com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, decretaram ponto facultativo nos órgãos administrativos, na Assembleia Legislativa e em todo o setor Judiciário.

As instituições de ensino estaduais não terão aulas, assim como as consultas médicas previstas para o sistema de saúde pública do estado serão reagendadas. Já as aulas nas escolas e creches municipais serão mantidas, e os serviços de segurança pública e do Poupatempo também seguem em funcionamento.

A greve dos metroviários acontece em conjunto com os servidores da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), que também protestam contra o plano de privatização.

Decisão da Justiça do Trabalho

Prevendo o movimento, na última sexta-feira (29) o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do estado de São Paulo decidiu contra a paralisação completa dos empregados do Metrô. Segundo o desembargador Celso Ricardo de Oliveira, os trens deveriam operar totalmente durante os horários mais movimentados (das 6h às 9h, e das 16h às 19h), e com 80% de sua capacidade no restante do tempo. Se essa diretriz não for cumprida, será aplicada uma multa de R$ 500 mil.

O TRT também rejeitou a proposta dos trabalhadores de liberar as catracas, uma iniciativa voltada para minimizar impactos à comunidade. Em comunicado, o governo estadual reforçou: “A ordem judicial é manter o serviço de trilhos em pleno funcionamento nos horários de maior demanda e com 80% em outros momentos, além de manter 85% dos funcionários da Sabesp. Esperamos que os grupos respeitem estas ordens para garantir os direitos dos cidadãos.”

O governador Tarcísio de Freitas criticou a paralisação, que considerou ilegal e abusiva, e disse que não pretende ceder à pressão e interromper os estudos de privatização das companhias. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, Tarcísio disse que “a Justiça foi ignorada” e que “a esfera de debate para privatização são as audiências públicas, e não por meio da ameaça ao impedimento do direito de ir e vir do cidadão. É por meio do processo de escuta de diálogo das desestatizações que os sindicatos contrários devem se manifestar, de forma democrática, convencendo atores políticos e a própria sociedade de que a proposta do Governo de São Paulo não é a ideal. Infelizmente, aqueles que deveriam representar os trabalhadores preferem agir de forma truculenta, promover o caos e prejudicar toda a população”.

Engarrafamento na Grande São Paulo
Foto: reprodução/ Agência Brasil

Os sindicatos dos metroviários e dos trabalhadores da companhia de saneamento básico informaram que estão recorrendo da decisão do TRT-SP.

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