Juliana Curi
A memorável frase “Brasil campeão tem 13 letras” traz imediatamente à mente a figura de Mário Jorge Lobo Zagallo, um ícone extraordinário do futebol brasileiro. Sua associação singular com o número 13, que teve origem na devoção de sua esposa Alcina a Santo Antônio (cujo dia é celebrado em 13 de junho), se tornou um aspecto marcante de sua vida e carreira.
Além disso, a trajetória de Zagallo no futebol, estendendo-se por mais de meio século, é repleta de contribuições significativas para a seleção brasileira, tanto dentro quanto fora de campo.
Zagallo, uma figura central e inesquecível na história do futebol brasileiro, desempenhou um papel crucial em quatro dos cinco títulos mundiais do Brasil. Ele contribuiu de maneiras diversas – como jogador, treinador e coordenador técnico – para cada um desses gloriosos capítulos da história do futebol nacional.
Na noite de sexta-feira (5), às 23:41, o mundo do futebol lamentou a perda dessa lenda. Zagallo, aos 92 anos, morreu devido a uma falência múltipla de órgãos, decorrente de complicações de saúde preexistentes. Ele estava internado no Hospital Barra D’Or e seu falecimento foi confirmado pela instituição.
Em resposta, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) declarou luto oficial de sete dias. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, expressou seu profundo pesar, destacando a figura de Zagallo como uma verdadeira lenda do esporte brasileiro.
As despedidas para Zagallo estão marcadas para ocorrer na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com um velório aberto ao público, seguido pelo sepultamento no mesmo dia.
Biografia do Lobo
Nascido em Atalaia, Alagoas, em 1931, Zagallo mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Desde cedo, sua habilidade com a bola foi notada, levando-o a iniciar sua jornada no futebol no América-RJ. Posteriormente, ele se destacou no Flamengo, onde conquistou diversos títulos. Durante seu tempo no Exército, vivenciou um momento marcante da história do futebol brasileiro no Maracanã, um episódio que ele ajudaria a reescrever anos mais tarde.
Como jogador, Zagallo foi uma figura-chave na conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil em 1958, evidenciando sua habilidade tática e versatilidade em campo. Após uma carreira de sucesso no Botafogo, Zagallo se aposentou dos campos e iniciou sua marcante trajetória como técnico. Sua gestão inovadora à frente da seleção brasileira resultou no tricampeonato mundial de 1970. Sua carreira como técnico também foi diversificada, com passagens por diferentes clubes e seleções internacionais.
Zagallo retornou à seleção brasileira como coordenador técnico, onde continuou a conquistar títulos e a solidificar seu legado no futebol. Sua gestão foi marcada por momentos de desafios e vitórias, incluindo conquistas memoráveis, como a da Copa das Confederações e da Copa América, sendo esta última particularmente especial por ser a primeira conquista do Brasil fora de casa.
Zagallo, conhecido pela frase icônica “Vocês vão ter que me engolir!” em resposta às críticas, deixou um legado imensurável no futebol. Sua trajetória como treinador e coordenador técnico, caracterizada por um alto aproveitamento, é um testemunho de uma carreira verdadeiramente extraordinária no esporte.
Seu vínculo com o número 13 e sua contribuição para a seleção brasileira são aspectos que eternizam sua figura no panorama do futebol mundial.
