Juliana Curi
Brasileiros em Israel estão sendo foco de um plano estratégico iniciado nesta segunda-feira (9) pelo governo brasileiro, em resposta às crescentes tensões no Oriente Médio. O objetivo é repatriar os cidadãos brasileiros que se encontram no país durante o que é considerado o episódio mais sangrento na região em cinco décadas. O Itamaraty tem intensificado esforços para assegurar a segurança e efetuar o resgate dos brasileiros envolvidos na crise.
A Força Aérea Brasileira (FAB) planeja trazer 900 cidadãos de volta até sábado (14), sendo que o primeiro grupo já deve chegar a Brasília na quarta-feira (11). E, dada a intensidade do conflito, a possibilidade de mais voos na próxima semana não está descartada. Para facilitar a operação, foram delineadas rotas que passam por países vizinhos, incluindo Egito, Jordânia e Líbano.
O conflito começou com ataques pelo Hamas ao território israelense a partir da Faixa de Gaza, que levaram a uma represália significativa de Israel. Os números, até agora, indicam mais de mil vítimas.
Mais de 1.700 brasileiros em Israel desejam voltar para casa
Por conta da escalada de violência, mais de 1.700 brasileiros manifestaram interesse em voltar para o país. Muitos deles são turistas, que encontram-se atualmente em cidades como Tel Aviv e Jerusalém. A FAB organizou uma série de voos, sendo quatro deles com capacidade para 210 pessoas e um para 60.
O Ministério das Relações Exteriores orientou aos cidadãos que já têm passagens aéreas ou meios de adquiri-las a procurar voos comerciais no aeroporto Ben-Gurion, que segue operando em Tel Aviv.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, revelou que esta é a maior operação de repatriação da história brasileira. O foco tem sido em manter a logística e os horários estabelecidos para que os voos decolem de Tel Aviv sempre às 18h do horário local, para garantir a eficiência dos resgates. O Brasil tem capacidade para repatriar até 900 pessoas a cada cinco dias.
Em recuperação após as cirurgias realizadas no mês passado (29/09), o presidente Lula participou de uma videoconferência nesta segunda-feira (9), e discutiu com alguns ministros os detalhes das ações do governo brasileiro ao conflito em Israel.
Território palestino
O retorno de brasileiros que estão em áreas palestinas, como Cisjordânia e a Faixa de Gaza, também foi debatido pelo governo brasileiro, que reconheceu se tratar de uma operação mais desafiadora, e as possibilidades de repatriação ainda estão sendo analisadas.
As tensões aumentam após o contra-ataque de Israel, com bombardeios intensos em Gaza. O Hamas ameaça matar os prisioneiros israelenses que foram sequestrados no ataque surpresa em Israel, caso o exército israelense atinja casas civis no território palestino.
