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Especialistas temem volta da poliomelite ao Brasil, e governo intensifica vacinação

10 de junho, 2024
3 minuto(s) de leitura
Campanha de vacinação e Zé Gotinha
Foto: Reprodução/ Gov.br

A vacinação é uma ferramenta crucial para a defesa do organismo contra infecções, e para evitar quadros graves de diversas doenças transmissíveis. Quando realizada em larga escala, a vacinação reduz a circulação geral de vírus e bactérias, promovendo a chamada imunidade coletiva, ou de rebanho. Esse cenário beneficia até quem não recebeu a dose da vacina.

No Dia Nacional da Imunização, celebrado no domingo (9), o Instituto Butantan destacou a importância não apenas do impacto individual das vacinas, mas também do coletivo. Em uma população amplamente imunizada, vírus e bactérias encontram menos oportunidades para se replicar, diminuindo seu poder de transmissão.

“É por isso que a defesa invisível que cada indivíduo imunizado carrega ajuda a proteger outras pessoas de seu convívio que, porventura, não possam ser vacinadas – caso das grávidas; dos portadores de alergia e de outras comorbidades, como doenças neurológicas; e até dos recém-nascidos, a depender do tipo da vacina,” destacou o Instituto Butantan.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a vacinação contra 14 doenças transmissíveis, incluindo difteria, hepatite B, sarampo, coqueluche, poliomielite e febre amarela, salvou 154 milhões de vidas e reduziu em 40% o número de mortes infantis em todo o mundo ao longo dos últimos 50 anos.

O Instituto Butantan avalia como exemplo de êxito o caso da varíola, que se tornou a primeira doença transmissível erradicada do planeta. “O esforço global liderado pela OMS, iniciado no final dos anos 1960, estendeu-se por mais de uma década e contou com o empenho de milhares de profissionais de saúde, que foram responsáveis por administrar mais de meio bilhão de vacinas no período.”

Causada pelo Poxvirus variolae, a varíola provocava um quadro infeccioso severo, caracterizado pela formação de erupções na pele. A doença matou mais de 300 milhões de pessoas ao longo dos 80 anos em que esteve ativa.

Programa de Imunizações

Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza, de forma gratuita, 48 imunobiológicos, sendo 31 vacinas, 13 soros e quatro imunoglobulinas.

De acordo com o Ministério da Saúde, há doses destinadas a todas as faixas etárias, além de campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação.

“As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças preveníveis pela vacinação. Quando adotadas como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício,” avaliou o Ministério da Saúde.

No Brasil, o Calendário Nacional de Vacinação contempla não apenas crianças, mas adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Ao todo, são disponibilizadas, na rotina de imunização, 19 vacinas. O calendário completo pode ser acessado aqui.

Poliomelite pode voltar?

A poliomielite é uma infecção viral altamente contagiosa e causadora de paralisia, conhecida especialmente por atingir crianças, e não registra casos no Brasil desde 1989, ano em que a doença foi erradicada no país. Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou recentemente preocupações sobre o possível retorno do poliovírus ao território brasileiro, em função da baixa cobertura vacinal observada desde 2016. Atualmente, a taxa de vacinação permanece abaixo da meta estabelecida, de 95%, alcançando apenas 72% em 2022, de acordo com o Ministério da Saúde.

Criança recebendo vacina da poliomelite
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

A doença é transmitida principalmente por meio do contato com fezes ou secreções orais de pessoas infectadas. Condições precárias de saneamento, habitação inadequada e insuficiente higiene pessoal são fatores que facilitam a disseminação do vírus. Os sintomas iniciais incluem febre, mal-estar, dores de cabeça e garganta, náuseas e, nos casos mais graves, pode evoluir para paralisia, afetando os movimentos das pernas, além dos músculos da fala e deglutição, podendo resultar em complicações severas ou até mesmo morte.

Em resposta ao risco contínuo, o Brasil realiza campanhas nacionais de vacinação anuais. Este ano, a campanha está programada para ocorrer até o dia 14 de junho. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda que pais e responsáveis assegurem a vacinação das crianças, seguindo o esquema vacinal que inclui a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) e a Vacina Oral Poliomielite (VOP). O esquema prevê três doses da VIP no primeiro ano de vida dos bebês, seguidas de um reforço aos 15 meses.

É vital aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação para evitar o ressurgimento da poliomielite no Brasil e proteger as futuras gerações deste vírus que já causou vasto sofrimento global.

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