Na manhã desta sexta-feira (12), após 12 dias de uma busca meticulosa e intensa, a Polícia Militar de São Paulo finalmente localizou os restos do helicóptero que desapareceu em 31 de dezembro, véspera de ano novo, levando consigo quatro ocupantes. O Águia 24, helicóptero da PM, encontrou a aeronave acidentada na área de Paraibuna, no Vale do Paraíba, um local de difícil acesso devido à densa vegetação.
Os destroços, inclusive, estavam em meio às árvores de grande porte. As equipes de resgate tiveram de descer de rapel da aeronave da PM.
O piloto, Cassiano Teodoro, e os três passageiros que estavam no helicóptero infelizmente foram encontrados sem vida. Os ocupantes eram Luciana Rodzewics, de 45 anos, sua filha, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, e Rafael Torres, um amigo da família que fez o convite para o passeio. As vítimas, todas residentes de São Paulo, eram pessoas com vidas ativas: Rafael era empresário e Luciana e a filha, Letícia, eram autônomas.
Luciana, uma empreendedora do ramo alimentício, era conhecida por sua dedicação e espírito empresarial. Ela comercializava sal para empresas, e tinha uma reputação de profissionalismo e cordialidade. Letícia, por outro lado, estava construindo uma carreira no ramo da estética, trabalhando em um estúdio de beleza especializado em pintura de unhas. Conhecida por sua habilidade artística e atenção aos detalhes, a jovem era muito querida por seus clientes.
Mãe e filha receberam o convite de Rafael para o passeio de helicóptero. A ideia era fazer uma viagem “bate-volta” para Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, um local famoso por suas festividades de réveillon e praias paradisíacas.
A aeronave, um helicóptero modelo Robinson, partiu do Campo de Marte em São Paulo, e nunca chegou ao destino. O último contato com a aeronave foi registrado perto de Caraguatatuba às 15h do dia 31 de dezembro. As buscas foram imediatamente iniciadas após o helicóptero ser reportado como desaparecido, às 22h daquele dia, envolvendo esforços conjuntos da Força Aérea Brasileira, Polícia Militar, Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros de São Paulo.
A operação cobriu extensivamente a região da Serra do Mar, incluindo áreas como Natividade da Serra, Redenção da Serra, Salesópolis e Caraguatatuba, até a trágica descoberta dos destroços.
Aeronave não tinha caixa-preta
Voar de helicóptero em regiões serranas com clima chuvoso é uma atividade que apresenta diversos desafios e riscos, agravados pela combinação do terreno irregular e das condições meteorológicas adversas. A visibilidade reduzida devido à neblina e à chuva pode dificultar significativamente a navegação e a identificação de obstáculos, como montanhas ou linhas de energia. Além disso, as turbulências são frequentes e imprevisíveis nessas áreas, especialmente sob mau tempo, podendo tornar o voo não apenas desconfortável, mas também perigoso.
Outro fator de risco é a rápida mudança climática típica das regiões montanhosas, que pode surpreender os pilotos e afetar a segurança do voo. A navegação em si já é mais complexa em terrenos acidentados, onde a falta de pontos de referência claros é agravada em condições de baixa visibilidade.
Nesse contexto, a importância da caixa-preta em helicópteros se torna evidente. Este equipamento, que inclui o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo, é fundamental para a análise de acidentes. Em caso de incidentes, fornece informações cruciais sobre os momentos finais do voo, ajudando os investigadores a compreender as causas do ocorrido. Essas informações são vitais não apenas para determinar a responsabilidade em questões legais, mas também para identificar padrões ou problemas que possam prevenir futuros acidentes.