Juliana Curi
Um inquérito foi iniciado pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal para investigar André Janones, deputado federal, acusado de desviar parte dos salários de seus assessores. Um áudio de 2019 revelou que Janones estaria solicitando dinheiro para despesas eleitorais.
O Supremo Tribunal Federal também está investigando alegações de “rachadinha”. Os procuradores estão examinando se Janones cometeu improbidade administrativa, baseados em denúncias de assessores e ex-assessores. Desde dezembro de 2023, o STF e o Conselho de Ética da Câmara estão analisando o caso. Janones se defendeu nas redes sociais, afirmando que todos os envolvidos negaram a prática de rachadinha em seu gabinete.
O pedido de investigação foi formalizado pelo procurador Daniel Cesar Azeredo Avelido em dezembro do ano passado. No mesmo mês, o Conselho de Ética da Câmara começou um procedimento para investigar a conduta de Janones.
A rachadinha, prática ilegal onde funcionários de gabinetes parlamentares são contratados com a condição de devolver parte do salário, é o foco da investigação. Assessores afirmam que Janones adotou essa prática desde 2019, durante seu primeiro mandato (2019-2022). Acusações similares envolvem Leandra Guedes, ex-assessora de Janones e atual prefeita de Ituiutaba (MG), que teria levado assessores com ela ao assumir o cargo.
A denúncia original foi feita por Fabricio Ferreira de Oliveira, ex-integrante do grupo político de Janones e ex-assessor, incluindo uma gravação onde Alisson Alves Camargos, outro assessor, discutia repasses de dinheiro relacionados a Janones e Guedes.
Janones, que chegou a lançar sua candidatura à Presidência da República no ano passado, desistiu da disputa para apoiar Lula, tornando-se um opositor ativo de Bolsonaro e seus aliados durante e após as eleições, protagonizando embates calorosos nas redes sociais.
