As ações da Petrobras sofreram o efeito de uma redução drástica em seu valor de mercado, perdendo R$ 34 bilhões, resultando em um novo valor de mercado de R$ 509 bilhões, contra os R$ 543 bilhões do dia anterior. Essa queda substancial ocorreu após a notícia da demissão de Jean Paul Prates da presidência da empresa, demissão essa executada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de terça-feira.
Jean Paul Prates, que se viu envolvido em controvérsias relacionadas à distribuição de dividendos extraordinários, adotou uma postura contrária à retenção desses dividendos proposta pelo governo, abstraindo-se na votação. O posicionamento gerou mal-estar no Palácio do Planalto, culminando em sua demissão. “O presidente foi levado a adotar a medida por uma ‘intriga palaciana'”, comentou Prates.
Na sequência desses eventos, a Petrobras anunciou a nomeação de Clarice Copetti como presidente interina e de Carlos Alberto Rechelo Neto para a posição de gerente executivo de finanças de forma interina, após a destituição de Sergio Caetano Leite.
Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos, expressou surpresa com o desfecho, enfatizando a queda repentina como uma fonte de incerteza e perda de credibilidade para a empresa. “Jean Paul Prates estava fazendo um trabalho bem razoável, era um cara bem ponderado, que vem do setor, que conhece a empresa. Fazia uma gestão bem tranquila, tinha um diálogo com o mercado e também com representantes do governo”, apontou Nobre.
Por fim, analistas do BTG Pactual expressaram em relatório aos clientes que, apesar dos rumores iniciais do ano, a mudança foi considerada “surpreendente” e negativa, indicando uma potencial precificação de riscos políticos mais elevados por parte dos investidores.