A primeira estimativa para a safra de grãos 2024/2025, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta para uma produção recorde de 322,47 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 8,3% em relação à safra anterior, o que equivale a 24,62 milhões de toneladas a mais. Caso a projeção se confirme, será a maior produção da série histórica. O aumento também é observado na área plantada, que deve crescer 1,9%, chegando a 81,34 milhões de hectares.
Entre as culturas, o destaque vai para o arroz, que deve ter um aumento de 9,9% na área semeada, com ganhos expressivos nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. No estado de Mato Grosso, por exemplo, a expansão chega a 39,3%, com mais de 133 mil hectares destinados ao cultivo. No Sul, principal região produtora, a área plantada deve alcançar cerca de 1,16 milhão de hectares, contribuindo para uma produção estimada em 12 milhões de toneladas.
“Com esses números, a previsão é de que o Brasil volte ao patamar das maiores safras de arroz da sua história. Isso é o resultado do trabalho dos nossos produtores, em parceria com o governo federal”, afirmou Edegar Pretto, presidente da Conab.
O feijão também apresenta crescimento, com ligeira elevação na área semeada, totalizando 2,88 milhões de hectares, o que resultaria em uma produção de 3,26 milhões de toneladas, 0,5% acima da safra anterior. Já a soja, com alta de 2,8% na área cultivada, deve atingir 166,05 milhões de toneladas, mesmo com o impacto negativo do atraso das chuvas na região Centro-Oeste.
O milho, por sua vez, deve se recuperar e alcançar uma produção total de 119,74 milhões de toneladas, 3,5% a mais que no ciclo anterior. O algodão também segue em expansão, com previsão de aumento de 2,9% na área plantada, totalizando 2 milhões de hectares.
As culturas de inverno, por outro lado, não devem alcançar a produção esperada, especialmente o trigo, cuja safra foi prejudicada por problemas climáticos no Paraná, reduzindo a estimativa para 8,26 milhões de toneladas. No entanto, estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentam cenário mais positivo.
No mercado interno, os preços do arroz devem recuar devido à maior oferta, mas sem comprometer a rentabilidade dos produtores. A alta na produção de milho e soja, por sua vez, deve impulsionar as exportações, enquanto o trigo enfrenta pressão inflacionária devido a condições climáticas adversas e conflitos geopolíticos globais.