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Vacinação contra dengue: governo vai priorizar faixa etária de 6 a 16 anos

16 de janeiro, 2024
2 minuto(s) de leitura
Caixas do imunizante Qdenga
Foto: Divulgação

O Ministério da Saúde anunciou que vai focar na vacinação de crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos contra a dengue. A estratégia envolve a aquisição de 5,2 milhões de doses da vacina Qdenga, produzida pela empresa japonesa Takeda, complementadas por doações. Isso permitirá a vacinação de cerca de 3 milhões de pessoas, considerando que cada uma precisará de duas doses.

Vacina contra dengue no SUS
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), destacou que essa faixa etária foi selecionada seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que se reuniu recentemente. “Nosso objetivo é identificar o segmento mais efetivo dentro desse grupo para reduzir hospitalizações e óbitos,” afirmou Gatti.

Agora, será feita uma reunião até o fim deste mês de janeiro para decidir sobre os grupos prioritários dentro dessa faixa etária, e as áreas a serem atendidas primeiro. O Ministério vai ouvir os governos estaduais e municipais para montar a estratégia de imunização.

A previsão é que a campanha de vacinação comece em fevereiro. O Ministério da Saúde já havia anunciado a inclusão da Qdenga no programa do Sistema Único de Saúde (SUS) em 21 de dezembro. O Brasil se torna, assim, o primeiro país a oferecer a vacina através de um sistema de saúde público e universal.

A Qdenga, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é destinada à prevenção da dengue em pessoas de 4 a 60 anos, independente de terem sido infectadas anteriormente pela doença ou não.

O imunizante se destaca por ser o primeiro contra a dengue no Brasil disponível também para quem nunca foi exposto ao vírus. A vacina é administrada em duas doses, com um intervalo de três meses entre cada uma, e é composta por quatro sorotipos do vírus. Por enquanto disponível apenas na rede particular, o preço varia entre R$ 300 e R$ 400 cada dose.

Antes da Qdenga, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, da Sanofi Pasteur. Contudo, essa vacina é recomendada apenas para quem já foi infectado pelo vírus da dengue, pois protege contra infecções subsequentes, que podem ser mais graves e potencialmente fatais.

Casos aumentam

Em 2023, o Brasil registrou um número recorde de mortes por dengue, com 1.079 óbitos até 27 de dezembro. A OMS aponta o Brasil como líder mundial em casos de dengue, representando metade dos casos em todo o mundo. Alertas já foram emitidos sobre uma possível epidemia em 2024, com mais de 10 mil casos reportados apenas nos primeiros dez dias do ano.

No DF, a governadora em exercício, Celina Leão, reconheceu que há uma epidemia de dengue. De acordo com o boletim epidemiológico mais recente, a capital do país registrou 2.152 casos prováveis da doença na primeira semana de 2024.

Mosquito da dengue
Foto: Reprodução/ Agência Brasília

Uma das estratégias adotadas para reduzir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, é aplicação do fumacê. Essa semana, até sábado (20), a ação vai passar por pelo menos 11 regiões administrativas.

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