A safra de tomate industrial no Brasil, que enfrenta desafios climáticos e pragas, deve se recuperar em 2024, com um aumento de 10% em relação ao ano anterior, voltando aos níveis de 2022. A Tomate BR, associação que representa os processadores e utilizadores de tomate industrial, divulgou que a área cultivada de 18,7 mil hectares poderá gerar uma produção de 1,7 milhão de toneladas, um alívio modesto após o difícil cenário de 2023, que foi marcado por adversidades inéditas.
Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR, destaca que, apesar da recuperação, o panorama permanece desafiador. “Embora estejamos observando uma melhora em comparação ao ano anterior, ainda enfrentamos grandes obstáculos. Chuvas intensas no início do ano afetaram o transplante das mudas e pragas como a mosca branca, impulsionadas pelas altas temperaturas, forçaram a erradicação de algumas lavouras”, afirmou.
Outro fator de preocupação para os produtores são os impactos indiretos das queimadas. Embora não tenham atingido diretamente as áreas de cultivo, o executivo alerta para as consequências que as secas e o calor podem trazer nos próximos anos. “Estamos preocupados com o abastecimento de água e a preservação das matas ciliares. Se não houver chuvas suficientes para reabastecer os reservatórios, isso pode comprometer a safra de 2025 e aumentar ainda mais a pressão das pragas”, explica Breternitz.