A Polícia Civil do Distrito Federal foi às ruas nas primeiras horas da manhã para a grande operação focada em desmantelar uma rede de golpistas. Segundo as investigações, os criminosos enganaram mais de 50 mil pessoas em todo o país e até mesmo no exterior.
Os organizadores do esquema eram pastores. Esses líderes religiosos ludibriavam seguidores pela internet, convencendo-os de que estavam ‘destinados’ a receber bênçãos financeiras significativas. Para dar veracidade ao golpe, eles recorriam à teoria conspiratória “Nesara Gesara”, que aborda a ‘remodelagem’ dos sistemas econômicos globais, e prometiam retornos altíssimos por mínimos investimentos. “O golpe passa por esse discurso religioso e também por um discurso esotérico, consistente na teoria que eles apelidaram de “Nesara Gesara”, que seria essa remodelação da economia mundial, uma repatriação de riquezas, e que pra essas pessoas serem agraciadas, eles deveriam fazer uma contrapartida e receber uma fortuna”, afirmou o delegado responsável pela operação, Marco Aurélio Santos.
Ao longo de cinco anos, estima-se que esses golpistas tenham movimentado cerca de R$ 156 milhões. Eles criaram cerca de 40 empresas fictícias, e operaram mais de 800 contas bancárias sob suspeita. Como parte da operação, a polícia cumpriu dois mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em diferentes estados, incluindo o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
Os detalhes da investigação revelam que os suspeitos usavam plataformas de mídias sociais para atrair e enganar as vítimas em lives e postagens. Eles persuadiam as pessoas a investir suas economias em projetos falsos, muitas vezes mascarados como ações humanitárias. “O valor varia de acordo com cada suspeito, então a vítima pode investir desde um simplório vinte reais até a quantia aí de dois milhões ou cinco milhões, tem vitimas que perdem seus imóveis, vítimas que vendem as suas casas para investirem nesses falsários”, completou o delegado.
O que mais impressionou a polícia foi o fato de o grupo ter feito promessas tão audaciosas quanto o retorno de um octilhão de reais por um simples depósito de R$ 25, ou a oportunidade de investir R$ 2 mil e receber 350 bilhões de centilhões de euros.
Em dezembro do ano passado, um integrante do esquema chegou a ser preso em Brasília após tentar usar um documento falso em uma instituição bancária, onde fingiu ter um crédito de R$ 17 bilhões. No entanto, mesmo após essa prisão, a rede de golpes não foi interrompida.
Os suspeitos agora enfrentam múltiplas acusações, incluindo organização criminosa, estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem tributária. As investigações vão continuar, e a polícia civil pede que as vítimas do esquema façam denúncias na delegacia, ou pelo telefone 197.