fbpx
Hospital Veterinário StarVet

Universidade brasileira avança na produção de vacina contra a Mpox

21 de agosto, 2024
2 minuto(s) de leitura
Mpox
Mpox (Foto: Canva)

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio de seu Centro de Tecnologia de Vacinas, está liderando o desenvolvimento de uma vacina nacional contra a Mpox, conhecida anteriormente como varíola dos macacos. Este imunizante, que pode se tornar o terceiro disponível no mundo contra a doença, surge em um momento crítico, enquanto o Brasil busca ampliar sua capacidade de resposta diante de novos surtos.

O desenvolvimento da vacina começou em 2022, após o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doar à UFMG a chamada “semente do vírus” — material genético essencial para a criação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), base de qualquer vacina. Desde então, os pesquisadores brasileiros têm trabalhado para atenuar o vírus e transformá-lo em um imunizante seguro e eficaz.

“Desde o surto da doença, vimos a necessidade de termos estratégias de produção para a pronta utilização do insumo. Estamos preparando o sistema de produção dessa vacina para o caso de necessidade”, explica Flávio Fonseca, professor da UFMG e coordenador da CâmaraPox, um setor do comitê Rede Vírus, criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para integrar iniciativas de combate a viroses emergentes.

Atualmente, o foco da pesquisa está em verificar a viabilidade de produzir a vacina em grande escala, o que permitiria atender à demanda nacional e, potencialmente, internacional. A capacidade de produção em massa é crucial para responder rapidamente a novos surtos e evitar a disseminação da doença, que desde 2023 tem sido monitorada com rigor pelas autoridades de saúde globalmente.

O contexto global e a necessidade de novos imunizantes contra Mpox

Hoje, existem apenas duas vacinas disponíveis contra a Mpox no mercado internacional. A primeira é a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, recomendada para uma ampla faixa de adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas vivendo com HIV. A segunda, a ACAM 2000, é fabricada pela americana Emergent BioSolutions, mas é menos segura devido às suas diversas contraindicações e potenciais efeitos colaterais.

A necessidade de um novo imunizante se torna ainda mais premente em meio ao estado de emergência em saúde pública internacional, recentemente declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido ao ressurgimento da Mpox. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a urgência de respostas rápidas e eficazes para controlar a propagação da doença.

Em resposta ao cenário global, o governo brasileiro tem intensificado suas negociações para a aquisição de vacinas. O Ministério da Saúde está em processo de negociação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a compra de 25 mil doses da vacina Jynneos. Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial desse imunizante no Brasil em 2023, o país já recebeu 47 mil doses, das quais 29 mil foram aplicadas.

Apesar desses esforços, o Brasil continua a registrar novos casos de Mpox. Em 2024, até o momento, 709 novos casos foram confirmados, o que reforça a necessidade de ampliação da cobertura vacinal e do desenvolvimento de imunizantes que possam ser produzidos localmente, como o que está sendo desenvolvido pela UFMG. “Estamos verificando a obtenção de matéria-prima para atender a demanda em grande escala”, afirma Flávio Fonseca.

Em destaque