Débora Oliveira
A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), destruiu 223 embarcações utilizadas para garimpo ilegal nos rios Madeira, Aripuanã e Manicoré, localizados no sul do Amazonas e em Rondônia. A operação, denominada “Prensa”, foi deflagrada na segunda-feira (20/8) e continuará de forma indefinida, com o objetivo de combater a exploração ilegal de recursos minerais na região.
A operação tem como foco principal a proteção dos territórios indígenas e a preservação ambiental, visto que o garimpo ilegal na Amazônia gera graves consequências, como a contaminação dos rios por mercúrio e cianeto, substâncias altamente tóxicas que afetam tanto o meio ambiente quanto a saúde pública.
A ação do garimpo representa uma ameaça direta às comunidades ribeirinhas e indígenas, interferindo em suas culturas e modos de vida. “A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos na região”, diz a PF
A Funai destacou que, entre as embarcações destruídas, ao menos 30 estavam operando em terras indígenas, violando territórios como Arary, Cunhã Sapucaia, Lago do Limão, Setemã, Igarapé Açú e Kawa. A presença de garimpeiros nas aldeias tem levado não apenas à degradação ambiental, mas também à desestruturação social, com relatos de introdução de álcool, drogas e assédio contra jovens indígenas.
As ações da PF na região têm sido intensificadas. Além da Operação Prensa, a Operação Febre do Fogo, realizada anteriormente, já havia inutilizado cerca de 170 balsas de garimpo ilegal desde o início do ano. A expectativa é que a Operação Prensa supere os resultados da “Draga Zero”, que no ano passado destruiu 302 embarcações na mesma área. De acordo com a PF, a operação continuará sem prazo para ser concluída, reforçando o compromisso das autoridades brasileiras em combater o garimpo ilegal e proteger as comunidades tradicionais da Amazônia.
