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Festa ambiciosa e ousada: abertura dos Jogos Olímpicos supera ameaças, mas público enfrentou chuva intensa

26 de julho, 2024
2 minuto(s) de leitura
Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris
Foto: Reprodução/ Rede X

A cerimônia de abertura mais ambiciosa da história das Olimpíadas superou diversos desafios logísticos, ameaças terroristas e até sabotagem do sistema ferroviário nas horas que antecederam o evento. No entanto, foi a chuva persistente que tentou ofuscar a celebração de uma França dedicada à diversidade e à criação de uma nova imagem para o país, nesta sexta-feira (26).

Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris
Foto: Reprodução/ Rede X

A cerimônia foi um espetáculo inovador, rompendo com a tradicional sequência de “festa, desfile de atletas, hino e discurso”. Ousada, a festa abordou temas como aborto, que foram mencionados repetidamente, e uma lista de mulheres foi homenageada. Uma canção interpretada em linguagem de sinais marcou um dos momentos mais importantes. Em vez de um único atleta acendendo a pira olímpica, o judoca Teddy Riner e a ex-atleta Marie-José Perec realizaram a tarefa juntos, representando a igualdade de gênero.

A chama olímpica chegou ao casal de atletas através de Charles Coste, o mais velho medalhista olímpico francês vivo, após passar pelas mãos de atletas olímpicos e paralímpicos. Antes disso, a tocha foi carregada por ícones como Zinédine Zidane, Rafael Nadal, Serena Williams, Nadia Comaneci e Carl Lewis.

Apesar da chuva, a parada náutica com atletas de 206 delegações no rio Sena ocorreu sem grandes problemas, acompanhada por apresentações que refletiam a história da França ao longo de 6 km. Lady Gaga, Aya Nakamura, Minions e dançarinas do Moulin Rouge se apresentaram em locais turísticos como o museu do Louvre e o Grand Palais.

No teto do Grand Palais, a mezzo-soprano Axelle Saint Cirel cantou o hino francês, empunhando a bandeira tricolor, em referência ao quadro “A Liberdade guiando o povo” de Eugène Delacroix. Enquanto isso, parte do público de 320 mil pessoas buscava abrigo da chuva e tentava evitar a lama nas áreas confinadas pelo forte esquema de segurança.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, celebrou Paris como a cidade de Pierre de Coubertin, destacando a inclusão e a paridade de gênero nos Jogos. Entre as pontes Alexandre 3º e De l’Alma, muitos espectadores, majoritariamente parisienses que receberam ingressos gratuitos, enfrentaram a chuva e a falta de visibilidade.

Desfile do Brasil na abertura dos Jogos Olímpicos
Foto: Reprodução/ CazéTV

A chuva transformou partes do setor em lamaçal, forçando o público a se amontoar em áreas mais elevadas. Quando o barco com os atletas brasileiros passou, muitos já estavam deixando o local. No final do trajeto, no Trocadéro, os atletas chegavam em menor número, sugerindo que algumas delegações foram poupadas do aguaceiro.

O presidente Emmanuel Macron, envolvido em uma corrida eleitoral polarizada, declarou abertos os Jogos. A cerimônia então ganhou um tom mais olímpico com a Torre Eiffel iluminada por um espetáculo de luzes e lasers. Após a longa troca de mãos da tocha, a pira foi acesa em um balão que subiu aos céus.

Céline Dion, se apresentando pela primeira vez em cinco anos, cantou “Hymne à l’Amour” de Edith Piaf do alto da Torre Eiffel, encerrando a cerimônia de abertura com um toque apoteótico.

Os Jogos Olímpicos começaram sob a vigilância de 45 mil agentes de segurança e após uma manhã marcada por sabotagens nas linhas de trem. A “ideia louca” de realizar a cerimônia fora de um estádio, como descrito por Macron, foi desafiada pela chuva intensa, mas não perdeu seu brilho.

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