No Brasil, o saldo de empregos formais apresentou um aumento expressivo em março de deste ano, com a criação de 244.315 novas vagas com carteira assinada, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (30).
O resultado eleva para 719.033 o número total de empregos gerados nos primeiros três meses do ano, marcando um crescimento de 34% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que este foi o melhor desempenho para um mês de março desde 2020, apontando para uma significativa recuperação do mercado de trabalho. “É um momento importante, então eu creio que neste Primeiro de Maio nós temos motivos para fixar a luta da classe trabalhadora por melhores condições”, afirmou o ministro.
Os setores econômicos mostraram desempenhos variados, com o setor de serviços liderando a criação de empregos, adicionando 148.722 novas vagas. Seguiram-se o comércio, com 37.493 empregos criados; a indústria da transformação, com 35.886; e a construção civil, com 28.666 novos postos de trabalho. Por outro lado, a agropecuária apresentou uma redução de 6.457 empregos, refletindo as sazonalidades típicas do setor.
O salário médio de admissão registrado foi de R$ 2.081,50, com uma leve queda de 0,25% em relação ao mês anterior. As mulheres foram maioria entre os novos empregados, preenchendo 124.483 das vagas criadas, enquanto os homens ocuparam 119.832 postos. A faixa etária de 18 a 24 anos teve o maior saldo de empregos, com 138.901 postos.
Em termos regionais, todas as regiões brasileiras apresentaram saldo positivo na criação de empregos em março. No entanto, os estados de Alagoas e Sergipe registraram saldos negativos. Em contrapartida, estados como Acre, Goiás e Piauí mostraram os maiores percentuais de crescimento em relação ao estoque de empregos do mês anterior, com São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro liderando em números absolutos.
Desemprego
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também divulgados nesta terça, revelaram que a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, subindo 0,4% em relação ao trimestre anterior. No entanto, ela ainda é a menor para o período desde 2014. Este trimestre também viu um aumento no número de desocupados e uma redução nos empregados, com a informalidade se mantendo estável.
O rendimento médio real dos trabalhadores mostrou um incremento anual de 4%, atingindo R$ 3.123, enquanto a massa total de rendimentos chegou a um recorde de R$ 308,3 bilhões, destacando uma estabilidade em relação ao trimestre anterior, apesar da queda no número de ocupados.
Segundo o Ministério, os dados sinalizam uma recuperação contínua no mercado de trabalho, embora desafios como a informalidade e a sazonalidade ainda persistam.