Após completarem um período de treinamento de dois dias com especialistas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), 247 integrantes do Exército Brasileiro se juntaram aos agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (AVA) para reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti, o vetor da dengue, nas áreas de Samambaia e Ceilândia. O esforço coordenado teve seu início marcado nesta quarta-feira (31), com os militares permanecendo à disposição do Governo do Distrito Federal (GDF) até a conclusão oficial da situação de emergência de saúde pública.
Com cerca de 750 agentes dedicados à luta contra o Aedes aegypti nas 35 regiões administrativas do Distrito Federal, a colaboração entre o GDF e as forças armadas tornou-se imperativa diante do aumento significativo nos casos de dengue, que atingiram cerca de 29.100 notificações apenas nos primeiros 30 dias do ano.
Lucilene Florêncio, secretária de Saúde do DF, destacou a estratégia de intensificar as visitas domiciliares para identificar potenciais criadouros de larvas, além de ampliar as operações de fumacê com o auxílio do Exército, focando especialmente nas áreas de Ceilândia e Samambaia, que apresentam os maiores índices da doença.
As atividades militares, previstas para ocorrer diariamente entre 8h e 17h com intervalos para almoço, incluem quatro principais linhas de ação: apoio adicional nas operações de fumacê, inspeções residenciais, provisão de ambulâncias para emergências médicas e o fornecimento de camas de campanha para os pontos de acolhimento.
O general Carmona, comandante militar do Planalto, explicou que a atuação de 92 militares por dia pode ser ajustada conforme a necessidade, seguindo sempre as diretrizes estabelecidas pela SES-DF. Ele também enfatizou a abordagem técnica e colaborativa das tropas, que respeitarão a autoridade dos moradores em relação ao acesso às propriedades.
A luta contra a dengue também conta com a participação ativa da comunidade, já que a maioria dos focos do mosquito é encontrada nas residências. Bárbara Cristina Amaral, uma moradora local que recentemente enfrentou a dengue, enfatizou a importância da colaboração comunitária para superar a crise de saúde.
Para ampliar o suporte à população, o GDF estabeleceu tendas de acolhimento em áreas com altas taxas de infecção, oferecendo desde testes rápidos e atendimento sintomático até hidratação para os afetados e informações sobre prevenção. Além disso, todas as 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Distrito estão preparadas para atender aos cidadãos, com horários estendidos em determinadas unidades para acomodar as necessidades da população.
Quase mil por cento
O aumento alarmante de 982% nos casos de dengue levou o Ministério da Saúde a intensificar as discussões sobre estratégias de combate à doença, culminando em uma reunião com representantes municipais e autoridades de saúde. A capital, agora em estado de emergência devido à crescente demanda por serviços de saúde, aguarda a distribuição de vacinas programada para a segunda semana de fevereiro, conforme anunciado pelo Ministério.