Durante seu discurso na Cúpula do Futuro, realizada na sede das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a falta de “ambição e ousadia” dos líderes globais na luta contra as mudanças climáticas. Ele criticou o ritmo lento de implementação das metas da Agenda 2030 da ONU e alertou para o risco de o Acordo de Paris não alcançar seus objetivos. “No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo”, afirmou.
Lula também mencionou o Relatório Anual de Lacuna de Emissões 2023, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que alerta que o planeta pode aquecer até 3°C até o final deste século, muito acima do limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris. Segundo o presidente, para evitar um cenário catastrófico, seria necessário reduzir em 42% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, mas as ações atuais são insuficientes.
Em seu discurso, Lula também sugeriu a criação de um “balanço ético global” em preparação para a COP30, que acontecerá em Belém em 2025. Ele defendeu que a ação climática deve ser pensada com base em princípios de justiça, equidade e solidariedade. Além disso, o presidente apontou para a construção de um documento, o Pacto para o Futuro, que abordará temas como a dívida dos países e a tributação internacional, buscando recolocar a ONU no centro dos debates econômicos globais.