Débora Oliveira
Durante o debate organizado pelo Uol nesta segunda-feira (30/9), o candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, fez comentários misóginos contra a candidata Tabata Amaral (PSB). Em sua fala, Marçal afirmou que “mulher não vota em mulher” e comparou a situação à de outras minorias, dizendo que “pobre não vota em pobre” e “negro não votaria em negro”. A declaração gerou indignação e destacou o tom sexista da campanha.
Tabata Amaral e Marina Helena (Novo) são as únicas mulheres entre os 10 candidatos que disputam a prefeitura da maior cidade da América Latina, tornando os ataques de Marçal ainda mais significativos em um cenário de desigualdade de gênero. Tabata, representante de uma minoria feminina, rebateu os comentários ao mencionar a rejeição crescente de Marçal entre o público feminino, especialmente nas periferias.
Além do ataque relacionado ao gênero, Marçal criticou a experiência e a religiosidade da candidata, afirmando que “eu sou cristão, a Tabata não é” e questionando a sabedoria dela, apesar de elogiar sua inteligência. O candidato utilizou uma linguagem paternalista ao comparar a postura de Tabata com a de uma “tia do colégio”, acusando-a de tentar “provar sabedoria”.
Em resposta, Tabata destacou a luta constante das mulheres para serem levadas a sério e se posicionou como uma candidata que pretende enfrentar questões estruturais, como feminicídio, assédio e desigualdade social. “A barra para a gente é muito mais alta”, afirmou, lembrando os desafios que as mulheres enfrentam em espaços políticos e na sociedade.
Os outros candidatos presentes no debate, Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), não foram alvo de ataques semelhantes por parte de Marçal, reforçando o tom discriminatório de suas críticas dirigidas a Tabata.
