Os moradores do Distrito Federal foram surpreendidos pela ausência completa de ônibus nas paradas e vias da capital nesta segunda-feira (6), em decorrência de uma greve iniciada pelos rodoviários. A decisão pela paralisação foi tomada em uma assembleia realizada no domingo (5). Logo depois, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) suspendeu o movimento, mas a categoria seguiu com a greve.
As paradas de ônibus amanheceram superlotadas, e o sistema metroviário enfrentou sobrecarga. Com mais carros particulares pelas vias, o trânsito também sofreu impactos significativos.
Proposta “insatisfatória”
O Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal reportou que foram oferecidos pelas empresas aumentos salariais de 5,33%, ajustes correspondentes no plano de saúde e odontológico, além de um aumento de 8% no valor do tíquete alimentação, e 10% na cesta básica. Contudo, esses reajustes foram considerados insuficientes pela categoria, que conta com o respaldo da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A Justiça do DF classificou a greve como abusiva, indicando que a ação foi tomada sem o devido aviso e sem estabelecer um percentual mínimo de operação para o serviço de transporte coletivo. O presidente do TRT-10 assinalou que, apesar de as empresas terem sido notificadas com a antecedência legal de 72 horas, não houve comunicação efetiva à população sobre a paralisação.
Nas redes sociais, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, convocou os rodoviários a retomarem as negociações, enfatizando a dependência que muitos trabalhadores têm desse meio de transporte: “é hora da responsabilidade”, afirmou. Ele assegurou que a Secretaria de Mobilidade está empenhada em auxiliar na resolução do impasse, e fez um apelo para que um consenso seja alcançado rapidamente.
Alternativas
Para atender a maior demanda, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) comunicou que está operando com capacidade máxima, inclusive com a possibilidade de estender o horário de pico para acomodar os passageiros afetados pela greve.
Adicionalmente, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) e o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) informaram que as faixas exclusivas para ônibus em diversas rodovias e vias importantes, incluindo a Estrada Parque Contorno (DF-001) e a W3 Sul, estarão liberadas para todos os veículos enquanto a greve perdurar, com o objetivo de amenizar o impacto no trânsito.
Trégua e nova assembleia
Os rodoviários, as empresas e o GDF se reuniram em uma audiência de conciliação com a justiça do trabalho na tarde desta segunda-feira (6). Sem acordo, as partes devem voltar a se reunir na quarta-feira (8), junto com o Ministério Público. No entanto, ficou acertada uma “trégua” até o dia 19/11, quando deve ser feita outra assembleia do sindicato da categoria. Já na noite desta segunda deve haver uma retomada parcial da circulação dos ônibus, e a partir de meia noite o serviço deve voltar na íntegra.