Técnica transmite sensação de calor humano e ajuda na recuperação, segundo especialistas. Método é usado como forma de incentivar a humanização em internados no Hospital de Base.
Pacientes graves da Covid-19, isolados na unidade de terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base do Distrito Federal, passaram a receber um alento durante o período de internação. Para tentar minimizar a solidão e incertezas do momento, a equipe de saúde decidiu usar luvas cirúrgicas, cheias de água morna, para “transmitir a sensação de calor humano”.
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Segundo a gerente de enfermagem do hospital público, Thaís Ribeiro, a técnica faz com que os doentes “se sintam amparados”.
“Enchemos duas luvas com água morna. Colocamos uma das mãos do paciente entre elas, e ele passa a ter a sensação de que alguma pessoa está segurando sua mão. Isso produz conforto psicológico, ajudando a acalmar o paciente.”
O método já é usado em outros hospitais públicos do país. Em uma unidade de saúde do Rio de Janeiro, no ano passado, uma enfermeira usou as luvas com água morna para aumentar a perfusão de um paciente internado com Covid-19, que é a entrega do sangue nos tecidos do corpo.
No DF, Thaís descobriu a técnica ao pesquisar na internet por “métodos simples para melhorar a saúde mental e física” de quem está internado.
“Vi que outros hospitais públicos brasileiros estavam usando essa técnica em pacientes com coronavírus”, disse. “Então, decidi adotá-la também no Hospital de Base. O resultado tem sido positivo”.
Humanização
Além do bem-estar, o método facilita no momento de conferir o quadro clínico dos pacientes. Isso porque, as luvas aquecem as mãos para que, assim, a equipe de saúde possa medir o grau de saturação de oxigênio do paciente.
Segundo a enfermeira-chefe da UTI Covid-19 do Hospital de Base, Josilene Cardoso Pereira, o uso de drogas evasivas, usadas para ajudar na circulação do sangue, faz a temperatura do paciente baixar, dificultando a aferição, que é feita por meio de contato com os dedos do doente.
Já as luvas aquecem as mãos, elevando a temperatura corporal e facilitando medir a saturação de oxigênio. Antes, eles usavam luvas de pano e algodão ortopédico ara fazer esse trabalho.
Ela também percebeu que os pacientes submetidos ao relaxamento com as luvas mornas ficaram mais tranquilos durante os dias internados.
“Essa reação foi ainda melhor em paciente que começam a retomar, aos poucos, a consciência.”
Fonte: G1 DF