Avanço na vacinação e infraestrutura para atender a população. Assim pode se resumir o ano de 2021 quando o assunto é o enfrentamento ao coronavírus (covid-19). Com mais de 80% da população imunizada com duas doses, o Governo do Distrito Federal (GDF) pôde flexibilizar parte das regras sanitárias e desmobilizar leitos destinados ao tratamento de pacientes com a doença.
Logo no início de 2021, precisamente em 19 de janeiro, a enfermeira Lídia Rodrigues Dantas, de 31 anos, foi a primeira pessoa no DF vacinada contra a covid-19. Desde então, até 31 de dezembro, 4,8 milhões de doses foram aplicadas. Em paralelo às doses, hospitais de campanha foram construídos, centenas de leitos foram mobilizados e novas medidas tomadas para ajudar a encarar a doença ao longo desses 12 meses.
Ainda no início do ano passado, dois dias depois de começar a vacinação, o DF abriu 60 leitos para tratamento de covid-19. Na ocasião, foi inaugurado o Hospital de Campanha de Ceilândia, na QNN 27, estrutura de R$ 10,4 milhões que ficou de legado para atendimento à rede pública e será reativado e transformado, já neste mês, no Hospital do Sol.
Veja também: Covid-19 e influenza exigem cuidados semelhantes
Em março, o DF investiu R$ 48,4 milhões e viabilizou a construção de três hospitais de campanha com estruturas temporárias, que foram erguidas no Autódromo (Plano Piloto), Bezerrão (Gama) e na Escola Anísio Teixeira (Ceilândia). Até setembro, 900 pessoas receberam alta após tratamento nessas unidades. Com o arrefecimento dos casos no DF – situação motivada pelo aumento da vacinação –, o governo iniciou a desativação dessas estruturas no fim do ano, a começar pelo Autódromo e pelo Gama.
Essas unidades, porém, não foram as únicas. Com apoio da iniciativa privada, o governo construiu um hospital modular acoplado ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam), com 102 leitos, inicialmente destinados a tratar pacientes com a doença. A unidade foi inaugurada em maio, com o aporte de R$ 14,4 milhões na estrutura, montante do qual boa parte veio de doações de empresários e também de valores arrecadados pelo próprio governo em ações do Comitê contra a Covid-19.
“Trabalhamos para salvar vidas a todo o custo desde o início do governo e mais ainda depois da pandemia. Incentivamos a vacinação, inauguramos unidades de saúde, contratamos mais de 7 mil servidores. Nada parou, para que a população não sofresse tanto os impactos desse momento triste”, avalia o governador Ibaneis Rocha.
Vacinação
O DF tem pouco mais de 3 milhões de habitantes, sendo a população vacinável superior a 2,5 milhões. Foi possível avançar nas ações de imunização por meio de mutirões, abertura de pontos noturnos de vacinação e drive-thru, campanhas do Dia D e mobilização dos gestores junto ao Ministério da Saúde.
Até o dia 7 deste primeiro mês do ano, o percentual de pessoas que receberam duas doses ou dose única estava em 84,83% do público-alvo. O DF também aplicou 484.841 doses de reforço e 10.620 doses adicionais. O número total, até esse dia, foi de 5.006.817 doses aplicadas.
“É um momento muito importante, porque precisamos concluir o ciclo vacinal da população. Nós temos ainda muita gente que deixou de se vacinar e um contingente muito grande que não tomou a segunda dose. É importante colocarmos toda a nossa força para que a gente possa fechar esse ciclo vacinal e evoluir na qualidade de vida e na retomada da vida da população”, afirma o governador Ibaneis Rocha.
O fechamento do ciclo vacinal está relacionado ao número de óbitos e pessoas internadas. Segundo a Secretaria de Saúde (SES), dos 10.969 óbitos provocados por covid-19 até 16 de novembro do ano passado, 92,2% dos casos envolveram pessoas que não haviam completado o esquema vacinal contra a doença.
“A vacinação superou qualquer expectativa dentro da quantidade de cobertura vacinal, de doses aplicadas. Foi a maior campanha de vacinação que o DF já fez, proporcionalmente. Precisamos potencializar agora a retomada de serviços, principalmente para as pessoas que, por conta da pandemia, se afastaram da rede pública e de seus serviços”, aponta o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Fernando Erick Damasceno.
Foi justamente esse avançar da vacinação que permitiu que, no fim de 2021, o DF liberasse o uso obrigatório de máscaras de proteção ao ar livre e, ao mesmo tempo, permitisse a ampliação do fluxo de pessoas em eventos, shows e competições esportivas mediante comprovação do ciclo vacinal.
Mesmo diante disso tudo, vale lembrar: a pandemia não terminou, e ainda é preciso adotar todos os cuidados de higiene e se vacinar.
Fonte: Ian Ferraz, Agência Brasília