“Dois fatores são muito importantes para entender a retomada da economia: a vacinação e os programas do GDF, como o Refis e o Pró-Economia, que num contexto de crise ajudam o setor empresarial a planejar melhor suas ações. Com isso, consegue-se manter o emprego e a renda e ainda ampliar as ofertas, com o aumento de ocupação de novas vagas, como inclusive comprova a Ped dos últimos três meses”
Jean Lima, presidente da Codeplan
No segundo trimestre de 2021, a atividade econômica do Distrito Federal, mensurado pelo Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF), evoluiu 7,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior (2020), sendo o maior crescimento em toda a série histórica do indicador, iniciada em 2012. Os setores que contribuíram para esse resultado foram o da indústria e o de serviços, 11,2% e 7,4%, respectivamente. Já a Agropecuária registrou índice negativo de 0,8/%.
No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, a economia do DF expandiu 3,8% em relação ao primeiro semestre há um ano (2020). Os números mostram que a economia local reagiu em relação ao segundo trimestre de 2020, o período mais afetado pela pandemia do Coronavírus, como explica Jean Lima, presidente da Codeplan.
“Dois fatores são muito importantes para entender a retomada da economia: a vacinação e os programas do GDF, como o Refis e o Pró-Economia, que num contexto de crise ajudam o setor empresarial a planejar melhor suas ações. Com isso, consegue-se manter o emprego e a renda e ainda ampliar as ofertas, com o aumento de ocupação de novas vagas, como inclusive comprova a Ped dos últimos três meses”, apontou Lima.
Apesar dos bons números, os resultados trimestrais mostram uma diferente evolução da economia nacional em relação à brasiliense. Isso, deve-se, principalmente, ao perfil produtivo local, onde o setor de serviços determina a dinâmica da atividade econômica, já que representa 95,3% da estrutura produtiva do DF, com grande influência da atividade administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social. Os setores industrial (4,2%) e o agropecuário (0,5%) possuem menor representatividade.
“A economia do Distrito Federal cresceu 7,5% no segundo trimestre de 2021 em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, evidenciando uma melhora significativa do desempenho produtivo local. Vale mencionar que, apesar do resultado brasileiro parecer maior, isso se deve, em parte, ao fato de a economia nacional ter experimentado quedas muito mais expressivas que as distritais em todos os trimestres de 2020.
Dessa forma, é factível pensar que o efeito base, que é a comparação com um patamar de referência contraído, foi muito superior para o Brasil do que para o DF. Tanto que, no acumulado em quatro trimestres, o crescimento econômico da capital, calculado em 1,9%, foi superior ao brasileiro (1,8%)”, explicou Jessica Milker, gerente de contas e estudos setoriais da Codeplan.
A secretária adjunta de Economia, Ana Paula Cardoso, participou da apresentação dos dados. Ela avalia que o cenário atual é otimista. “Percebemos um cenário que, depois de toda a crise, e com os reflexos da retomada econômica, inclusive com a influência da vacinação, nos mostra possibilidades positivas de reação”, avalia.
Responsáveis pelo crescimento
– Indústria: Com peso 4,2% na economia da capital, a indústria, registrou aumento de 11,2% no segundo trimestre de 2021 comparando com o mesmo período de 2020.
A construção, responsável por 2,2% da atividade econômica brasiliense e 51,1% do setor industrial, evoluiu 16,6% no confronto dos segundos trimestres de 2021 e 2020. O ritmo de obras no DF aumentou o nível de ocupados na atividade, o que contribuiu para o crescimento desse segmento produtivo. No país, a atividade subiu 13,1%.
O grupo “outros da indústria” cresceu 5,7% no segundo trimestre do ano. O desempenho foi influenciado, em parte, pelos consumos de água e energia elétrica, que ficaram acima do registrado em igual período de 2020. O grupo agrega as atividades das indústrias extrativas e eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação.
– Serviços: O setor de serviços representa 95,3% da economia local, sendo o maior responsável pelo desempenho econômico do Distrito Federal. Em três meses, abril a junho, o setor cresceu 7,4% em relação a igual período do ano anterior.
De acordo com o Idecon-DF, a atividade comercial foi a que mais cresceu no segundo trimestre de 2021, 19,4%, frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Metodologia
O Idecon é calculado pela Codeplan, trimestralmente, desde 2012, por meio de uma metodologia própria, adaptada a partir de parâmetros de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal. O mesmo é uma medida do desempenho da atividade econômica do Distrito Federal no curto prazo, cujo o objetivo é oferecer um indicador que seja tempestivo, capaz de informar e orientar a tomada de decisão dos diversos atores da sociedade da capital federal.
Tempo de Economia
O Tempo de Economia é um programa quinzenal da Secretaria de Economia transmitido pelo canal da pasta no YouTube. O debate virtual conta com a participação de especialistas, setor produtivo e representantes do poder público para debater perspectivas e ações pós-covid-19 sob diferentes aspectos.
Fonte: Agência Brasília