Em 2021, ano de dificuldades para muitas famílias, em decorrência da crise provocada pela pandemia do coronavírus, 13.651 mulheres tiveram oportunidade de aprender, em cursos e oficinas oferecidas pela Secretaria da Mulher, formas de aumentar a renda familiar.
Trinta e cinco dessas empreendedoras estão mostrando esta semana o resultado desse aprendizado na Casa da Mulher Brasileira, em Ceilândia, onde expõem produtos que elas criam e comercializam, nas áreas de gastronomia, moda e artesanato.
“A questão passa pelo adequado controle dos recursos para gerir o negócio e avaliar adequadamente todas as despesas que envolvem a atividade”
Luiz Djalma Rodrigues Filho, gerente de Microcrédito do BRB
A feira faz parte da programação da Semana da Mulher Empreendedora, evento que ocorre até esta quinta-feira (16), onde as mulheres também têm chance de aprender mais e de fazer contatos que permitam ampliar seus negócios.
Liberdade financeira
Em palestra do gerente de Microcrédito do Banco de Brasília (BRB), Luiz Djalma Rodrigues Filho, por exemplo, elas aprendem que a autonomia econômica compreende educação financeira e planejamento de negócios.
“A questão passa pelo adequado controle dos recursos para gerir o negócio e avaliar adequadamente todas as despesas que envolvem a atividade. Para o empreendimento evoluir, é preciso diferenciar a despesa pessoal da despesa da empresa”, alerta Luiz Djalma.
O BRB tem uma linha de crédito para atender os pequenos empreendedores, com foco na emancipação financeira. O objetivo é promover a geração de emprego e renda, além de potencializar os pequenos negócios.
São R$ 2 mil destinados para pessoas físicas e de até R$ 21 mil para pessoas jurídicas. Essa linha de financiamento não precisa de comprovação de renda e não exige garantias reais.
“Priorizamos as capacitações para proporcionar a garantia de autonomia econômica das mulheres, que é um tema estratégico para a secretaria”
Ericka Filippelli, secretária da Mulher
Sonhos realizados
Na Semana da Mulher Empreendedora, o BRB realizou um mutirão de microcrédito com o objetivo de alcançar empreendedoras como Thayline Lopes Reis, 35 anos, dona de casa que sempre sonhou em ganhar dinheiro vendendo os brigadeiros, bombons e outras guloseimas que prepara.
O que era devaneio começou a se tornar realidade depois que Thayline fez cursos de qualificação pelo projeto Mão na Massa e seus doces começaram a conquistar clientes na região onde mora, Sol Nascente. Hoje, ela se orgulha de hoje ser chamada de empreendedora.
A denominação diz tudo sobre o novo caminho de Thayline. Ela aprendeu os processos para a precificação dos produtos e conheceu as formas de comercialização, como a pronta-entrega, entre outros temas.
“O Mão na Massa abriu a minha mente sobre como fazer negócios. Com o conhecimento, fui perdendo o medo e agora quero ser paga pelo que produzo e gerar renda”, explica Thaylane, que hoje já sonha em abrir uma pizzaria com o irmão.
Mão na Massa
O Mão na Massa é um dos programas da Secretaria da Mulher para a capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de incentivar o empreendedorismo. O programa capacita as mulheres especificamente na área de gastronomia, mas existem outras boas opções de qualificação oferecidas pela secretaria, como o Mulheres Hipercriativas e o Oportunidade Mulher.
“Priorizamos as capacitações para proporcionar a garantia de autonomia econômica das mulheres, que é um tema estratégico para a secretaria. Essa é uma importante questão, porque não é somente a porta de entrada para as mulheres em situação de vulnerabilidade, mas também a porta de saída”, disse a secretária da Mulher, Ericka Filippelli.
São essas capacitações que possibilitam histórias como a de Thayline e a de Patrícia Ferreira Almeida. Aos 50 anos, Patrícia pinta tecidos e roupas e faz colares com açaí e botões.
Depois de comercializar os produtos quase que de porta em porta, a mulher viu as atividades ganharem um espaço próprio, o Armazém do Ofício. Localizado na QSB 01, em Taguatinga Sul, o espaço apresenta e comercializa a produção de 23 artesãs.
“Os cursos que já fiz me ensinaram até a importância de saber expor os produtos na vitrine. Antes, eu não sabia como promover o que faço, não tinha ideia de como deveriam ser as fotos. Ninguém tira da gente o conhecimento”, enaltece Patrícia Almeida.