Prédios públicos, praças e estádios do Distrito Federal têm problemas de estrutura, saída de emergência, falta de extintores e outros problemas identificados e não resolvidos desde 2018. Vistorias do Corpo de Bombeiros Militar do DF notificaram 10 administrações regionais, 10 feiras, ginásios esportivos, centro culturais e praças por problemas do tipo.
No entanto, como mostra esta reportagem da série DF na Real, pouco ou nada foi feito para sanar os problemas apresentados. A efetividade de cumprimento das vistorias técnicas em prédios e áreas públicas foi baixíssima. A Controladoria-Geral do DF divulgou relatório no mês de junho de 2021 com pedidos de explicações sobre os motivos para as adequações não terem sido feitas até o momento. As correções foram pedidas entre 2018 e 2019.
Das 10 administrações listadas, somente três trocaram extintores, arrumaram passagens e seguiram as instruções técnicas dos bombeiros.
Nesses casos, somente as Administrações do Lago Sul e do Paranoá seguiram padrões técnicos. A do Varjão mudou de sede. Brazlândia, Ceilândia, Gama, Taguatinga, Santa Maria, Planaltina e Sobradinho ignoraram as recomendações do Corpo de Bombeiros.
Praças e feiras
Se os problemas nas administrações colocam em risco os servidores e visitantes, as praças públicas, feiras e outros ambientes abertos e para esportes analisados pelos militares expõem crianças, moradores e visitantes a riscos por falta de manutenção e de atenção a itens técnicos de segurança.
A reportagem do Metrópoles foi até a Feira do Núcleo Bandeirante e na Praça do Padre Roque, locais com problemas apontados pela corporação, mas com zero percentual de obediência às notificações.
O resultado é uma feira com rachaduras no teto, falta de adequação na área inflamável, estruturas com risco de queda. Na praça há buracos nas passagens, madeiras soltas, bancos quebrados e outros problemas.
Nem adequações nem multas pagas
Todas elas receberam multas pela falta de adequação. Os autos de infração são de 2018 e 2019, mas não foram pagos. As multas chegam a R$ 4.175, como no caso da Feira Modelo de Sobradinho.
Ao todo, foram aplicadas 107 autuações, sendo que apenas nove pagas. Diante dos números e da falta de efetividade, a Controladoria-Geral do DF pediu explicações e fez recomendações ao Corpo de Bombeiros do DF.
Para a CGDF, embora haja a informação de que os gestores dos locais públicos serão oficiados sobre a necessidade de cumprimento das notificações do CBMDF, sob pena de serem responsabilizados subsidiariamente em caso de acidentes graves, a constatação de auditoria permanecerá para verificação em futuros trabalhos. A CGDF vai monitorar o cumprimento das recomendações.
O Metrópoles entrou em contato com o GDF na última terça-feira (13/7) para saber por que os órgãos públicos não realizaram os reparos apontados pelo Corpo de Bombeiros, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. A corporação militar também não se manifestou oficialmente.