A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) enviou à Justiça, o pedido para que seja convertida em preventiva a prisão temporária do terceiro sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Ronie Peter Fernandes da Silva (foto em destaque), preso durante a Operação S.O.S. Malibu, deflagrada na manhã dessa terça-feira (16/11).
Suspeito de liderar uma quadrilha de agiotas, conforme revelou o Metrópoles, o PM morava em mansões, tinha coleção de carros de luxo e, constantemente, fazia viagens a praias paradisíacas. Agora, o policial está preso em um alojamento do 19º Batalhão da PMDF, no complexo penitenciário da Papuda.
O judiciário deverá analisar o pedido feito pela Divisão de Roubos e Furtos (DRF) nesta sexta-feira (19/11). O sargento está preso por força de uma ordem de prisão temporária com duração de cinco dias.
O pedido feito pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) visa preservar a vida e a integridade física dos endividados e garantir a eficaz instrução, evitando o desaparecimento de bens dados como garantia e bens que serão objeto de medidas judiciais.
A reportagem apurou que existem elementos para manter preso o líder do esquema de agiotagem. Ele ameaçava de morte uma série de pessoas que pegavam dinheiro emprestado.
Salário de R$ 8 mil
Toda a rotina de ostentação era registrada nas redes sociais. Apesar de o contracheque do PM indicar vencimentos de R$ 8 mil, o sargento acumulou mais de R$ 8 milhões em contas bancárias com a prática criminosa. conteudo patrocinado Núcleo Saúde Use isso 1x ao dia e alivie suas dores! Portal Saúde Homens estão usando esse estimulante natural para aumentar o vigor. Confira! Finatrim Anvisa libera nova pílula que age na gordura profunda da barriga
Durante a ação para desarticular a organização criminosa, investigadores da Divisão de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Distrito Federal (DRF/Corpatri) cumpriram mandados de busca e apreensão em duas mansões de propriedade da família do policial. Segundo as apurações, o militar agia em conjunto com o irmão Thiago Fernandes da Silva, que também foi detido. Os imóveis ficam em Vicente Pires, onde ocorreram as prisões.
Em um vídeo publicado por Ronie Silva no Instagram, é possível ver uma das casas, que conta com piscina, área de lazer, churrasqueira, ambientes climatizados e uma garagem repleta de carros importados.
Veja a casa do sargento:
S.O.S. Malibu
O esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro capitaneado pelo sargento da PMDF e seu irmão, foi desmantelado em operação deflagrada nas primeiras horas de terça-feira (16/11), pela Polícia Civil (PCDF). Equipes da DRF cumpriram 15 mandados de busca e 7 de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo. A operação foi batizada em menção ao nome da concessionária de veículos dos irmãos.
A Operação S.O.S Malibu teve como principais alvos o sargento da PMDF Ronie Peter Fernandes da Silva e seu irmão, o empresário Tiago Fernandes da Silva. Ambos são apontados nas investigações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) como os líderes de uma organização criminosa especializada no empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes, caracterizando a agiotagem ou usura.
Confira imagens da operação:
Prisão realizada na terça (16/11). Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles Dinheiro apreendido. Foto: Reprodução Operação S.O.S Malibu. Foto: Reprodução Preso pela PCDF. Foto: Reprodução Operação contra quadrilha de agiotas. Foto: Reprodução Operação S.O.S Malibu. Foto: Reprodução Operação contra quadrilha de agiotas. Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles Carros de luxo apreendidos. Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles Quadrilha era liderada por sargento da PMDF. Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles9
Veja imagens da operação:
Quem não pagava as prestações em dia se tornava alvo de violentas ameaças. Durante as cobranças, além de coagir as vítimas, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. A apuração ainda demonstrou que os valores da agiotagem eram ocultados por meio da compra de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, além da utilização de empresas de fachada.
Lavagem de dinheiro
De acordo com as investigações da DRF, nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão, e, nos últimos seis meses, movimentou mais de R$ 8 milhões, distribuídos em sete contas bancárias.
Três veículos da Porsche e um veículo BMW X4 foram apreendidos durante a operação. Os carros estão avaliados em R$ 3 milhões. Também foram bloqueadas as sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, com o sequestro dos R$ 8 milhões faturados com o esquema.
A engrenagem criminosa era altamente lucrativa e demandava saques em espécie de quantias milionárias. Em ação controlada comunicada à Justiça, equipes de policiais da DRF acompanharam dois saques milionários ocorridos em agências bancárias do DF totalizando de R$ 800 mil e R$ 530 mil.
Organização estruturada
As apurações conduzidas pela PCDF apontaram como funcionava a estrutura da organização criminosa. O esquema era hierarquizado e havia divisão de tarefas. Na cadeia de comando havia os irmãos Ronie e Tiago, que emprestavam os valores e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O sargento da PMDF ainda era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo.
Também foram presos na operação cinco operadores financeiros do grupo, responsáveis pela dissimulação, isto é, pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, que visavam conferir aparência lícita aos valores faturados com a agiotagem. Três deles também eram responsáveis pela ocultação do dinheiro, pois cediam os nomes para o registro dos veículos de alto luxo, cujo verdadeiro dono era o sargento Ronie.
Os mandados de prisão, busca domiciliar e apreensão e sequestro foram expedidos pelo juiz da Vara Criminal de Águas Claras. A operação contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo.
Outro lado
Por meio de nota, a PMDF informou que também apura o caso. “A Polícia Militar já instaurou um procedimento apuratório sobre o caso de imediato. A instituição não compactua com qualquer desvio de conduta de seus integrantes. Comprovado os indícios de irregularidades ou crime, todas as medidas cabíveis ao caso serão tomadas”, diz o texto.