Os ciclistas do Distrito Federal tiveram bons motivos para comemorar este ano. A malha cicloviária da capital do país alcançou os 675 km de extensão em 30 regiões administrativas. Somente em 2023, as pistas destinadas às bicicletas aumentaram em 31 km.
O Marcelo é funcionário público, e não abre mão de ir ao trabalho com a ‘magrela’. Ele mora em Águas Claras, e encara, todos os dias, 20 km de trajeto até chegar à área central de Brasília. Pra ele, poder usar a bicicleta como meio de transporte é gratificante, porque faz bem para a saúde física e mental e ainda colabora com o meio ambiente. “É um transporte barato, não emite gases tóxicos, e eu já libero a endorfina do dia. Não me vejo mais andando de carro, salvo raríssimas exceções”, diz.
Marcelo comemora o aumento da malha cicloviária no DF, e diz que se sente mais seguro para ir ao trabalho de bike: “pedalar em meio aos carros é sempre um risco, por mais que existam as leis de trânsito. Nem todos os motoristas respeitam, então saber que temos uma pista exclusiva é um incentivo a mais”, afirma o servidor.
Com os 675 km de ciclovias, o DF se tornou a 2ª capital com a maior malha cicloviária do país, ficando atrás apenas de São Paulo (722 km) – pelo menos por enquanto. O governo local se prepara para ter o maior sistema do tipo no Brasil, com a previsão de entrega de mais 105 km e a interligação dos trechos já existentes.
O investimento em ciclomobilidade, desde 2019, já ultrapassou a casa dos R$ 27 milhões investidos na construção de ciclovias por diversos órgãos do GDF, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Novacap e a Secretaria de Obras e Infraestrutura.
O secretário de Transporte e Mobilidade, Flávio Murilo Prates, defende o apoio às alternativas sustentáveis de locomoção. “É essencial que haja um esforço conjunto para incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte. O GDF está agindo e ainda temos que fazer mais. Isso inclui a expansão, a manutenção e a interligação de ciclovias, além da promoção de uma cultura ciclística mais segura”, afirmou.
Novas pistas
No ano de 2023, a malha cicloviária do DF cresceu 31 km em quase todas as regiões administrativas do Distrito Federal, com destaque para a Estrada Parque do Contorno (DF-001), perto do Jardim Botânico, além de Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Gama e Sobradinho.
O diretor de Mobilidade da Semob, Joelmir Pessoa, afirma que o objetivo agora é fazer com que as ciclovias se conectem: “Estamos fazendo estudos, analisando e ponderando com a sociedade civil para tornar a malha cicloviária ainda mais conectada e assertiva”.
Além disso, houve construção de pistas para ciclistas em Taguatinga (Boulevard), no Sudoeste (Viaduto do Sudoeste), em Vicente Pires (DF-251, região de 26 de Setembro) e na Região dos Lagos, em Sobradinho (Condomínio RK).
Está em andamento a instalação de nova ciclovia ligando a Estrada Setor Policial Militar (ESPM) à Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia). O trecho terá 1,6 km de extensão. Também estão em construção 5,2 km de ciclovia no Pistão Sul, em Taguatinga, e 6,3 km em Planaltina.
O objetivo da Semob é entregar mais 105 km de ciclovias. “Há 19 novos trechos que serão construídos em várias regiões administrativas, entre elas Samambaia Norte, ligação entre Samambaia e Taguatinga, na região do autódromo, entre outras”, destaca Silas Lemos Teixeira, diretor de Infraestrutura de Ciclomobilidade da secretaria.
Atualmente, o Plano Piloto é a região com o maior número de pistas para bicicletas, concentrando 138,08 km. Em segundo lugar está o Lago Sul, com 58,2 km. Em seguida, vêm Park Way (50,7 km), Gama (35,9 km), Lago Norte (33,9 km), Ceilândia (33,6 km) e Santa Maria (33,1 km).