fbpx
Hospital Veterinário StarVet

Não vacinados representam 90% dos pacientes internados em UTIs no DF

26 de janeiro, 2022
5 minuto(s) de leitura
Maioria dos pacientes não tomaram a vacina contra covid. Boletim epidemiológico registrou recorde de novos casos em 24h: 10,6 mil. Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press
Maioria dos pacientes não tomaram a vacina contra covid. Boletim epidemiológico registrou recorde de novos casos em 24h: 10,6 mil. Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press

Não-vacinados: Na rede pública de saúde do Distrito Federal, há 57 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) devido à complicações da covid-19. Desses pacientes, a maior parte tem de 50 a 75 anos e, segundo a Secretaria de Saúde, cerca de 90% deles não receberam nenhuma dose das vacinas disponíveis contra a doença — condição ainda de 200 mil pessoas na capital do país. Neste cenário, terça-feira (25/1), o DF registrou 10,6 mil novos casos de infecções pelo novo coronavírus, um recorde. A taxa de transmissão teve nova queda e está em 2,04.

A ocupação de leitos adultos de UTI-covid chegou a 100% no início da tarde de terça-feira. Por volta das 15h, a taxa caiu para 93,22%, quando, dos 73 leitos, 57 tinham pacientes, seis estavam vagos e 10, bloqueados. Por meio de nota oficial, a Secretaria de Saúde explica que “a nomenclatura leito bloqueado é usada quando, no momento, o leito está sendo preparado para receber novo paciente, passando por desinfecção ou com manutenção em algum equipamento. Isso ocorre de forma dinâmica e logo após concluída uma dessas ações a vaga é desbloqueada”.

Apesar disso, o governador Ibaneis Rocha (MDB) manifestou preocupação com o atual cenário da crise sanitária. “Nós chegamos à terceira onda da pandemia. Ninguém aguenta mais isso”, disse durante a inauguração da unidade de pronto-atendimento (UPA) de Vicente Pires. O chefe do Executivo local destacou que o Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para não deixar a população desassistida e, por enquanto, descartou implementação de medidas restritivas. “Nós estamos abrindo novos leitos e vamos dar conta de segurar toda a saúde do DF. Estamos ingressando com, em torno de, 10 leitos todos os dias na rede pública”, declarou.

Não vacinados

Entre segunda (24/1) e terça-feira, o DF registrou 10.697 casos e quatro mortes. No total, são 579.130 infecções e 11.147 óbitos confirmados desde o início da crise sanitária. Com a atualização, a média móvel de casos chegou a 5.490, o que indica um aumento de 154,85% em relação aos 14 dias anteriores. A mediana de vítimas da doença está em três, valor 50% maior quando comparado com o mesmo período.

O infectologista Hemerson Luz avalia que essa alta de casos deve continuar até março. “Se nós projetarmos para o DF o que ocorreu em outros países, provavelmente, em fevereiro, ainda teremos bastantes casos, mas, em março, talvez, a gente tenha queda”, argumenta. Para ele, evitar aglomerações, cobrar o uso de máscaras em locais abertos e fechados e incentivar a vacinação são as principais medidas de combate que devem ser adotadas no momento. O especialista afirma que a taxa de transmissão está em queda por causa das medidas restritivas retomadas pelo governo local. “O reflexo demora uns 15 dias para ser sentido. E o número de casos, que realmente foi alto, pode contabilizar testes realizados há dias atrás”, completa Hemerson.

O médico destaca que os não vacinados atrapalham o combate à crise sanitária e que é preciso buscar formas de incentivar essas pessoas se imunizarem. “A maior transmissibilidade da ômicron exige uma maior cobertura vacinal. A vacina é uma forma de diminuir a ocupação de hospitais, porque diminui os casos graves”, detalha Hmerson Luz.

Segundo a Secretaria de Saúde, o DF tem 200 mil pessoas acima de 12 anos sem o registro de início do ciclo vacinal contra a covid-19. Em relação à segunda dose, são cerca de 140 mil pessoas acima de 12 anos que estão aptas a receberem, mas que não foram às unidades de saúde em busca do imunizante. Além disso, cerca de 370 mil pessoas não retornaram para aplicação do reforço.

Atualmente, a campanha de vacinação atende crianças de 5 a 11 anos, com e sem comorbidades. O DF foi a unidade da federação que vacinou a maior porcentagem do público infanto-juvenil. Segundo a secretaria, 12,09% desse grupo recebeu a primeira dose. Na capital federal, vivem 268.208 meninos e meninas entre 5 e 11 anos, e a primeira dose foi aplicada em 32.427.

Nessa terça-feira, o Ministério da Saúde enviou mais 23,5 mil doses infantis da Pfizer/BioNTech, que estão na Rede de Frio do DF e serão distribuídas nesta quarta-feira (26/1) de manhã, antes da abertura dos pontos de atendimento, para dar continuidade à vacinação das crianças, principalmente as de 5 anos, uma vez que aquelas com 6 anos ou mais podem receber o imunizante da CoronaVac.

Cirurgias

Devido à alta taxa de transmissão e ao aumento de casos provocados pela variante ômicron, para adequar a capacidade da rede de saúde ao atual momento da pandemia, a Secretaria de Saúde manteve os transplantes, as cirurgias oftalmológicas, cardíacas, ortopédicas, oncológicas judicializadas, além das urgências e das emergências. Demais procedimentos
são analisados caso a
caso e reagendados.

Cuidado com os leitos

“Apesar de a ômicron não ser uma cepa tão agressiva, ela, claro, afeta as pessoas. Em uma proporção menor, mas as pessoas podem precisar de internação e podem morrer. Não é brincadeira, não é banal. Esse é o primeiro ponto que essa alta ocupação de leitos nos mostra.

Porém, há o outro lado. Com a diminuição dos casos nos últimos meses do ano passado, vários leitos de UTI foram fechados ou desmobilizados. O número absoluto de leitos é bem menor do que o que tínhamos na primeira onda, por exemplo. Então, a alta ocupação preocupa, porque, se uma pessoa ficar doente, hoje, e precisar de uma vaga, ela não tem. Mas um plano de mobilização e ativação rápida de leitos pode desafogar e suprir o aumento dessa demanda.

A tendência, no momento, é de crescimento de casos. A diminuição da taxa só se consolida após uns cinco dias em queda consecutiva. Há uma expectativa de que esses casos reduzirem, mas não é do dia para a noite. Ou seja, vamos passar mais um tempo com alta de infecções, e é preciso ter um plano para atender as pessoas que, possivelmente, venham a precisar de internação na rede pública.”

Dalcy Albuquerque, infectologista e membro da Sociedade de Infectologista do DF

Onde fazer o teste

>> Unidades Básicas de Saúde*

>> Aeroporto de Brasília (apenas para passageiros que desembarcam no DF)

>> Rodoviária do Plano Piloto

>> Farmácias Descontão

– Avenida das Castanheiras, Lotes 820 Loja 06/07, Águas Claras

– QSC 19 Chácara 26 Conjunto H Lote 07A, Taguatinga

– QNN 17 Conjunto H Loja 02/03/04, Ceilândia

>> Drogaria São Rafael

– Quadra 36 Lote 10, Gama

>> Drogaria Brasil

– CL 214 Lote B Loja 02, Santa Maria

>> Drogaria Drogacenter

– QNE 16, Lote 01 Loja 01, Taguatinga Norte

– Rua 4 A, Chácara 01 Lote 13 Loja 01, Vicente Pires

– Rua Copaíba, Lote 10 a 12, Águas Claras

– QNM 18 conjunto G Lote 01, Ceilândia

– Rua 5, Chácara 102, Lote 32, Vicente Pires

– QNO 17, Conjunto I, Lote 03, Loja 06, Ceilândia Norte

– QD 203, Lote 28/29, Recanto das Emas

– QS.412, Conjunto A, Lote 02, Samambaia Norte

– QC 08, Lote 04, Loja 01, Taguatinga Centro

– CLSW 104, Bloco A, Loja 58, Sudoeste

– ST SHD bloco N, Lojas 09 a 12, Planaltina

– Avenida Central, Lote 470, Loja 01, Núcleo Bandeirante

– Quadra 12, Comércio Local 1A, Sobradinho

– QN 07, Conjunto 06, Lotes 20 e 22, Riacho Fundo

– Quadra 23, Conjunto 17, Lote 01, Paranoá

– S.I.A Trecho 10, S/N, Lote 10, Lojas 56, 58 e 60, Zona Industrial Guará

– QNO 06, Conjunto B, Lote 58, Loja 03, Ceilândia

*Em algumas UBSs, a distribuição de senhas foi adotada como medida de organização das filas, além de controle da capacidade de atendimento de cada unidade.

Fonte: Samara Schwingel, Ana Isabel Mansur, Bruna Lessa, Correio Braziliense

Em destaque