Por meio de uma nota enviada nesta terça-feira (28) para o Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) informou que irá vacinar as crianças de 5 a 11 anos com o imunizante contra o coronavírus. Segundo a pasta, as aplicações irão se iniciar assim que as doses pediátricas da Pfizer-BionTech forem distribuídas aos postos de vacinação do Distrito Federal. “Assim que o DF receber a pauta do Ministério da Saúde com as respectivas vacinas para serem aplicadas”, explica a nota.
Por meio de um informe publicado nesta segunda-feira (27), o Ministério da Saúde disse que a imunização das crianças deve começar a partir de janeiro. A previsão inicial é que os imunizantes cheguem até a capital federal a partir do dia 10. “A recomendação é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas”, disse a nota da pasta governamental.
No dia 20 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ampliou para o próximo dia 5 de janeiro o prazo final de um posicionamento oficial do Ministério da Saúde sobre a vacinação infantil. O governo federal informou que na data limite irá “formalizar a sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização dessa faixa etária deve se iniciar ainda em janeiro”.
O pedido de inclusão da imunização das crianças de 5 a 11 anos chegou no dia 12 de novembro para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão aprovou a vacinação do público no dia 16 de dezembro, após diversas pesquisas científicas e reuniões com entidades médicas e representantes da Pfizer-BionTech. “A autorização veio após uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório. Segundo a equipe técnica da Agência, as informações avaliadas indicam que a vacina é segura e eficaz para o público infantil”, disse a nota.
De início, a decisão não foi bem aceita pelo Governo Federal. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, após o anúncio da Anvisa, disse que a pasta apenas iria recomendar a autorização da vacinação com o imunizante da Pfizer-BionTech mediante uma prescrição médica. Já o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), apresentou diversas suspeitas, sem comprovações científicas, sobre a eficácia e a segurança das vacinas.
Profissionais da educação e a vacina
A medida é amplamente aprovada pelos profissionais da educação do Distrito Federal, que alegam se sentir mais seguros para ministrar as suas aulas de forma presencial. Professora de alfabetização de crianças de 5 a 10 anos no Park Way, Núcleo Bandeirante e no Plano Piloto, Carolina Barros explica que as crianças convivem entre as pessoas, e podem acabar se tornando “vetores da doença”.
Carolina, que também é estudante de geografia na Universidade de Brasília (UnB), diz que é necessário a incentivação dos pais para a imunização das crianças. “Todos devem estar protegidos. Não é porque as crianças não demonstram sintomas que elas não devem tomar [a vacina]”, explica a professora.
Carolina, que em breve voltará a estudar de forma presencial na Universidade de Brasília (UnB), dividindo o tempo com a ministração de aulas de alfabetização das crianças, lembra que a imunização vacinal para outras doenças já é amplamente utilizada nos pequenos. “Desde quando nascem elas tomam vacinas, e essas vacinas também têm efeitos colaterais, mas elas não deixam de proteger a criança de possuir doenças. Então, a vacina contra a covid-19 é importante como as outras”, afirma a professora.