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Secretaria de Saúde do DF confirma dois casos de febre maculosa

04 de outubro, 2024
3 minuto(s) de leitura
Secretaria de Saúde do DF confirma dois casos de febre maculosa
Secretaria de Saúde do DF confirma dois casos de febre maculosa. (Reprodução Freepik)

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) anunciou, na quarta-feira (2/10), a confirmação de dois casos de febre maculosa em residentes da capital federal. De acordo com o órgão, os pacientes foram infectados no próprio Distrito Federal e, felizmente, ambos já se recuperaram. As ocorrências foram registradas em um jovem de 15 a 20 anos e uma mulher entre 40 e 49 anos.

A febre maculosa é uma doença grave, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente pela picada de carrapatos infectados, especialmente o carrapato-estrela, também conhecido como micuim. A doença não é transmissível de pessoa para pessoa, o que reforça a importância de cuidados preventivos relacionados ao contato com os vetores, os carrapatos.

Até o momento, em 2024, a SES-DF registrou 59 casos suspeitos de febre maculosa. Desse total, 40 casos foram descartados após investigação, 17 ainda estão em análise e, além dos dois confirmados, nenhum outro foi oficializado. Diante dos diagnósticos, a secretaria seguiu os protocolos estabelecidos, informando o Ministério da Saúde sobre os casos confirmados.

Embora a febre maculosa seja considerada rara no Distrito Federal, as ocorrências acendem um alerta para a necessidade de atenção redobrada em áreas onde há maior presença de carrapatos, como zonas rurais ou regiões com vegetação densa, que são o habitat natural desses parasitas. A SES-DF tem monitorado áreas onde há a presença de animais hospedeiros, como capivaras, cavalos e bois, que podem abrigar carrapatos infectados.

Sobre a febre maculosa

A febre maculosa é uma doença potencialmente fatal se não for diagnosticada e tratada precocemente. Ela é transmitida pela picada de carrapatos infectados que parasitam mamíferos como cães, bois, cavalos e, especialmente, capivaras. Esses animais mantêm a bactéria Rickettsia rickettsii em seu sangue, o que pode infectar os carrapatos que se alimentam deles.

Uma característica alarmante do ciclo de transmissão é que uma única fêmea de carrapato-estrela infectada pode gerar até 16 mil larvas, todas capazes de transmitir a bactéria. O período de incubação da doença pode variar de 2 a 14 dias após a picada, e os sintomas iniciais costumam ser inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.

Os principais sinais clínicos da febre maculosa incluem febre alta de início súbito, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dores abdominais e musculares, além de inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e plantas dos pés. Se não tratada rapidamente, a doença pode evoluir para formas graves, levando à necrose (gangrena) em extremidades como dedos e orelhas, além de complicações neurológicas e respiratórias, como paralisia progressiva e insuficiência pulmonar, que pode ser fatal.

Prevenção e cuidados

A melhor forma de prevenção da febre maculosa é evitar o contato com carrapatos, especialmente em áreas onde esses parasitas são comuns, como parques, trilhas, zonas rurais e fazendas. Especialistas orientam que, ao frequentar esses locais, a população deve adotar medidas preventivas, como usar roupas claras (que facilitam a visualização de carrapatos), calças compridas, botas e meias, além de aplicar repelentes específicos.

Após atividades ao ar livre, é fundamental realizar uma inspeção minuciosa no corpo, especialmente em regiões como axilas, virilhas e atrás das orelhas, que são áreas onde os carrapatos tendem a se fixar. No caso de encontrar um carrapato preso à pele, ele deve ser removido com pinças, puxando-o cuidadosamente pela cabeça, evitando esmagá-lo. Caso a remoção seja inadequada, fragmentos do parasita podem permanecer na pele, aumentando o risco de infecção.

A SES-DF também recomenda a atenção aos animais de estimação, que podem trazer carrapatos para dentro de casa após caminhadas em áreas verdes. Cães e gatos devem ser periodicamente verificados e tratados com produtos antiparasitários.

Ação das autoridades

Diante da confirmação dos casos, a SES-DF reforçou a importância da notificação rápida de suspeitas de febre maculosa e intensificou as campanhas de conscientização voltadas para a população, especialmente nas áreas rurais e próximas a parques. A secretaria também está ampliando a vigilância epidemiológica para identificar possíveis novos casos e monitorar áreas de risco.

O diagnóstico precoce é crucial para o tratamento bem-sucedido da febre maculosa, que é feito com o uso de antibióticos. Quanto mais cedo a intervenção médica, menores são as chances de complicações graves. Por isso, diante de qualquer sintoma suspeito após exposição a carrapatos, é importante buscar atendimento médico imediato.

Com o aumento das atividades ao ar livre, especialmente com a chegada de épocas mais quentes e chuvosas, a atenção às medidas de prevenção torna-se ainda mais necessária. A febre maculosa, embora rara no Distrito Federal, exige cuidado contínuo e ações integradas entre autoridades de saúde, profissionais médicos e a população.

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