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Universidade promove simpósio para debate de políticas públicas para preservação do cerrado e sustentabilidade no Centro-Oeste

16 de setembro, 2024
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Universidade promove simpósio para debate de políticas públicas para preservação do cerrado e sustentabilidade no Centro-Oeste
Universidade promove simpósio para debate de políticas públicas para preservação do cerrado e sustentabilidade no Centro-OesteUniversidade promove simpósio para debate de políticas públicas para preservação do cerrado e sustentabilidade no Centro-Oeste. (Foto: Reprodução Denise Ricardo)

Em celebração ao Dia do Cerrado, o Centro Universitário de Brasília (CEUB), em parceria com a União Brasileira da Advocacia Ambiental (UBAA), promoveu nesta quinta-feira (12) o 1º Simpósio de Direito Ambiental Centro-Oeste. O evento reuniu especialistas, autoridades e representantes de órgãos ambientais para discutir políticas públicas voltadas para a preservação do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil.

O simpósio destacou a importância crítica do Cerrado, que cobre apenas 11% do território nacional e já perdeu mais de 50% de sua área original. Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), abriu o evento com um alerta sobre a urgência da proteção deste bioma, que está perdendo cerca de 1 milhão de hectares por ano. “Como uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo, a preservação do Cerrado é fundamental para enfrentarmos as mudanças climáticas, como enchentes e incêndios florestais, que se intensificam com a degradação ambiental”, enfatizou Agostinho.

Márcio Mazzaro, representante da UBAA, reforçou a importância de eventos acadêmicos para conectar o debate sobre Direito Ambiental com soluções práticas. “Ocasiões como essas são vitais para buscar soluções eficazes para os problemas do Cerrado e do meio ambiente como um todo”, afirmou Mazzaro, elogiando a iniciativa do CEUB.

O impacto da expansão urbana sobre o Cerrado foi abordado pelo professor Paulo Afonso Carmona, do CEUB, que propôs uma reavaliação do urbanismo com base em princípios de biologia e sustentabilidade. Carmona defendeu o conceito de “cidades-esponja”, inspirado em modelos urbanos chineses que utilizam soluções naturais para gerenciar a água e mitigar os impactos de enchentes. “As cidades devem ser tratadas como ecossistemas vivos e dinâmicos. A natureza pode resolver muitos dos nossos problemas de água de maneira eficiente”, explicou Carmona.

O simpósio também abordou a situação crítica dos recursos hídricos no Distrito Federal, que tem enfrentado um crescimento populacional acelerado e uma expansão urbana desordenada. Carmona destacou a pressão sobre os recursos hídricos da região, que alimentam grandes bacias hidrográficas como as dos rios Tocantins, Paraná e São Francisco. “A má gestão dos recursos hídricos está levando a uma grave escassez de água no Distrito Federal e entorno. Temos áreas de risco altíssimo de contaminação dos aquíferos e a expansão urbana coincide com essas áreas, colocando em perigo o abastecimento de água no futuro”, alertou o professor.

A preservação de áreas como a Estação Ecológica de Águas Emendadas, que abriga nascentes de importantes rios brasileiros, foi destacada como uma prioridade para a eficácia das políticas públicas. “Áreas como esta devem ser classificadas como zonas de proteção de manancial para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos”, concluiu Carmona.

O 1º Simpósio de Direito Ambiental Centro-Oeste sublinhou a necessidade de políticas públicas integradas e soluções inovadoras para enfrentar os desafios ambientais do Cerrado e garantir um futuro sustentável para a região.

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