Brasília amanheceu, pelo segundo dia consecutivo, encoberta por uma densa camada de fumaça devido ao aumento significativo de incêndios em diversas regiões do país. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), essa situação deve persistir até esta terça-feira (27/8), gerando preocupação entre os moradores da capital.
A médica otorrinolaringologista Marcela Suman alerta sobre os riscos que a inalação dessa fumaça tóxica representa para a saúde. “Os principais riscos estão relacionados ao sistema respiratório e às mucosas da boca e dos olhos”, explica. A fumaça contém partículas ultrafinas e monóxido de carbono, um gás altamente tóxico que pode causar desde inflamação sistêmica até intoxicação grave e risco de morte. “Pesquisas mostram uma forte associação entre a exposição prolongada a essa fumaça e o desenvolvimento de câncer de pulmão”, acrescenta a especialista.
Os sintomas variam de acordo com o nível de exposição e a quantidade de poluentes na fumaça. Entre os mais comuns estão obstrução nasal, irritação nos olhos, nariz e boca, tosse seca intensa, falta de ar e dores de cabeça. Crianças, idosos e pessoas com condições respiratórias pré-existentes, como asma ou rinite, são particularmente vulneráveis aos efeitos dessa exposição.
Diante desse cenário, Dra. Marcela recomenda uma série de medidas para minimizar os riscos. “É essencial aumentar a hidratação, manter os ambientes fechados e umidificados, e evitar sair de casa enquanto houver fumaça tóxica no ar”, orienta. Para aqueles que precisarem sair, o uso de máscaras é altamente recomendado. Além disso, lavar as cavidades nasais com soro fisiológico várias vezes ao dia e evitar atividades físicas intensas durante os períodos mais críticos são cuidados fundamentais.
A especialista reforça a importância de procurar atendimento médico caso os sintomas persistam ou se agravem, especialmente em casos de dificuldade respiratória severa, que podem necessitar de intervenção emergencial.
Com a persistência da fumaça em Brasília, a população precisa estar atenta aos cuidados para minimizar os impactos à saúde. As autoridades continuam monitorando a situação e reforçam a necessidade de seguir as orientações médicas e ambientais para garantir o bem-estar de todos.
Outras cuidados que se deve ter em relação a fumaça:
- Evitar a exposição à fumaça tóxica: Sempre que possível, mantenha-se em ambientes fechados e evite áreas externas onde a fumaça esteja presente.
- Aumentar a hidratação: Beba muita água, aproximadamente 60 ml por kg de peso corporal ao dia, para ajudar o corpo a combater os efeitos da fumaça.
- Manter a casa limpa, fechada e umidificada: Utilize vaporizadores, umidificadores, bacias com água espalhadas pela casa ou toalhas úmidas para manter a umidade interna.
- Evitar sair de casa durante a presença de fumaça na atmosfera: Se for necessário sair, use uma máscara para reduzir a inalação de partículas tóxicas.
- Lavar as cavidades nasais com soro fisiológico várias vezes ao dia: Isso ajuda a remover as partículas inaladas e aliviar a irritação nasal.
- Evitar a prática de exercícios físicos aeróbicos após as 10h e antes das 16h: Durante esses horários, a concentração de poluentes tende a ser maior.
- Evitar aglomerações: Reduza a exposição a ambientes com grande quantidade de pessoas, que podem aumentar o risco de complicações respiratórias.
- Optar por uma dieta saudável rica em frutas e vegetais: Esses alimentos ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a combater os efeitos da poluição.